Plano de Poroshenko teve o apoio de Rússia e Ucrânia
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, vai pedir a criação de uma zona-tampão de 10 quilômetros na fronteira com a Rússia como parte de um plano de 14 tópicos para levar paz ao leste da Ucrânia, de acordo com uma cópia não oficial divulgada pela mídia local nesta sexta-feira (20).
O plano teria medidas como garantias de segurança para os participantes de eventuais negociações, a libertação dos reféns e o compromisso de que aqueles que depuserem suas armas não sejam julgados.
Além disso, o documento inclui a abertura de corredores para uma saída sem obstáculos dos combatentes, a desocupação de sedes de organismos estatais e a descentralização do poder nas regiões.
A Ucrânia diz que combatentes e suprimentos de armas e outros equipamentos militares russos vêm entrando no país para apoiar separatistas pró-Rússia e que o reforço do controle dos 1.900 quilômetros da fronteira é sua principal preocupação na área da segurança.
Não foram divulgados detalhes da proposta de criação da zona-tampão, explicitados em uma cópia fotografada do plano de 14 tópicos, divulgado pela mídia ucraniana.
Não ficou claro se toda a área desmilitarizada ficaria do lado ucraniano da fronteira ou também incluiria o lado russo nem como ficaria a situação das pessoas vivendo em ambas as partes.
O ministro interino da Defesa da Ucrânia, Mykhailo Koval, disse ao Parlamento nesta sexta-feira que as forças do governo retomaram o controle da fronteira e agora não há mais a possibilidade de equipamentos militares da Rússia serem entregues para os rebeldes.
Os chanceleres da Rússia, Sergei Lavrov, e da Ucrânia, Pavlo Klimkin, apoiaram o plano de paz para o conflito armado no leste deste país proposto pelo presidente ucraniano, Petro Poroshenko, informou o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia.
"As partes concordaram em unir esforços para o apoio do plano de paz, particularmente insistiram em um controle eficaz da fronteira ucraniana", segundo um comunicado da chancelaria ucraniana.
Lavrov parabenizou Klimkin por sua nomeação após o anterior ministro das Relações Exteriores, Andrei Deshitsa, ser destituído devido a um escândalo provocado pelos insultos que proferiu no fim de semana passado contra o presidente russo, Vladimir Putin.