Um piloto venezuelano mora há quatro meses no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília. Ele diz que fugiu da Venezuela porque era perseguido politicamente pelo governo de seu país e que aguarda uma autorização do governo para permanecer no Brasil.
Moises Boyer vive no terminal e conta com a ajuda dos funcionários para conseguir se alimentar. Em um dos banheiros do aeroporto, Boyer utiliza a pia para escovar os dentes, lavar as duas únicas mudas de roupa que tem e tomar banho. Para dormir, ele utiliza qualquer lugar do terminal.
Ele conta que para conseguir dinheiro faz alguns trabalhos no próprio aeroporto. "Quando vejo um carro, pergunto para a pessoa se ela quer ajuda, mas sem nenhum tipo de interesse. Não vou cobrar. Para ver se a pessoa fala "não, toma"."
Antes de chegar a Brasília, Moises Boyer desembarcou em Boa Vista, Roraima, em 2011. O piloto carrega uma cópia de uma autorização para permanecer no Brasil datada daquele ano. Atualmente, ele aguarda uma resposta para o pedido de asilo político ao governo brasileiro.
Boyer conta que tem vontade de voltar para seu país natal, mas que tem medo. "Se eu volto me matam. Isto é óbvio", disse. O Comitê Nacional para os Refugiados, vinculado ao Ministério da Justiça, informou que analisa o pedido de refúgio feito pelo venezuelano.