Pelo menos 82 imigrantes ilegais morreram após barco naufragar em costa no sul da Itália; confira

Equipes de resgate informaram que 82 morreram, mas número pode subir

Corpos das vítimas de naufrágio são vistos na costa | AP
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Dezenas de imigrantes ilegais morreram nesta quinta-feira (3) após o naufrágio da embarcação em que viajavam, em sua tentativa de chegar à ilha de Lampedusa, no sul da Itália. Segundo a Guarda Litorânea, número de mortos já chega a 82, mas segundo as equipes de resgate ainda pode subir.

Ainda estão em curso os trabalhos de retirada das vítimas, explicou a prefeita da ilha italiana, Giusi Nicolini.

No Twitter, o Papa Francisco pediu orações pelas vítimas da tragédia. "Rezemos pelas vítimas do trágico naufrágio na costa de Lampedusa", disse o pontífice.

De acordo com a primeira reconstituição dos fatos, a embarcação virou em frente a "Isola dei Conigli", uma ilhota que pertence a Lampedusa, e tinha a bordo cerca de 500 imigrantes vindos da Somália, inclusive mulheres e crianças.

O comissário extraordinário da Agência de Saúde de Palermo, Antonio Candela, que coordena as operações de assistência aos imigrantes resgatados, explicou que 120 pessoas já estão em terra firme, entre elas 30 crianças, algumas com poucos meses, e duas mulheres grávidas.

Participam das operações de resgate a Guarda Litorânea italiana e a Guardia di Finanza, a polícia de fronteiras do país.

A prefeita da ilha, Giusi Nicolini, confirmou que entre os mortos estão duas crianças pequenas e uma mulher grávida, e informou que o número de vítimas deve ser maior "pois o mar está cheio de corpos".

Giusi também informou à imprensa italiana que, entre os sobreviventes, as forças da ordem prenderam uma pessoa. Acredita-se que ele seja o traficante responsável pelo transporte ilegal.

"Trata-se de uma tragédia imensa", acrescentou Giusi, que explicou que os sobreviventes relataram que estavam há várias horas em alto-mar e que não conseguiram pedir ajuda, por isso decidiram acender uma chama para serem localizados.

A embarcação pegou fogo logo depois e muitos imigrantes tiveram que se lançar ao mar e, por fim, o barco virou, acrescentou a prefeita.

"É um horror. Não param de chegar barcos cheios de corpos. Os meios de comunicação têm que vir aqui para ver isso. É impressionante", acrescentou a prefeita entre lágrimas enquanto falava por telefone com algumas emissoras de televisão.

O responsável da Agência de Saúde de Palermo, Antonio Candela, que coordena as operações de assistência aos imigrantes resgatados, informou que foram recuperadas 150 pessoas, entre elas dezenas de crianças, algumas com poucos meses de idade, e mulheres grávidas.

Candela explicou que as condições dos sobreviventes eram boas e que, apesar de alguns terem apresentado sintomas de hipotermia, ninguém precisou ser hospitalizado.

Os imigrantes explicaram que são da Eritréia e da Somália, que eram entre 450 e 500 pessoas e que zarparam do litoral da Líbia.

Participam das operações de resgate a Guarda Litorânea italiana e a Guardia di Finanza, a polícia de fronteiras do país, além de barcos pesqueiros e embarcações particulares.

Outros casos

Uma embarcação com 463 imigrantes ilegais chegou à ilha durante a última noite. Os imigrantes foram transferidos para um abrigo em Lampedusa, que ontem já tinha atingido sua capacidade máxima de 700 pessoas.

Trata-se de uma nova tragédia envolvendo a imigração nas últimas semanas, depois que 13 imigrantes ilegais morreram no dia 30 de setembro após terem sido obrigados pelos traficantes a saltar da embarcação na qual viajavam, mesmo sem saber nadar e com o mar agitado.

O grupo de 200 imigrantes foi obrigado a se jogar ao mar, a poucos metros da praia do Pisciotto na cidade de Scicli, na província de Ragusa, na Sicília.

No dia 10 de agosto, outros seis imigrantes ilegais, entre eles um menor, morreram ao tentar alcançar o litoral Sicília a nado, depois que o barco pesqueiro, no qual viajavam junto com vários imigrantes da Síria e do Egito, encalhou.

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