Mulheres e meninas puderam participar pela primeira vez, nesta terça-feira, da popular procissão iluminada por tochas durante o festival em Shetland, que celebra o passado viking das ilhas escocesas. O comitê encarregado do festival "Up Helly Aa" na principal cidade de Shetland, Lerwick, anunciou no ano passado que era hora de suspender a proibição de mulheres participarem da tradicional procissão.
O evento, que marca o fim da temporada de Natal, é popular entre os turistas. Tradicionalmente, envolve cerca de mil participantes do sexo masculino conhecidos como guizers, que usam trajes vikings e se dividem em esquadrões para desfilar pela cidade.
A procissão é liderada pelo Guizer Jarl, ou guizer chefe, e culmina com os participantes usando suas tochas flamejantes para incendiar uma réplica de um navio viking. O evento moderno, realizado pela primeira vez em 1881, é conhecido por suas festas, que geralmente envolvem danças tradicionais das Shetland e consumo excessivo de álcool.
As procissões rurais "Up Helly Aa" na região, que fica no meio do Mar do Norte, a cerca de 640 km de Edimburgo, capital do país, começaram a permitir a participação de mulheres em 2015. O comitê da cidade de Lerwick, porém, inicialmente se manteve firme contra permitir que participantes do sexo feminino se envolvessem na celebração da herança nórdica da ilha.
Este ano, apesar do levantamento das restrições de gênero, não há mulheres no esquadrão principal do Jarl que lidera a procissão. No entanto, as mulheres estão participando de outros esquadrões fantasiados envolvidos no evento.
Os organizadores do festival disseram que não era necessariamente uma surpresa que não houvesse participantes femininas para o Jarl Squad 2023, já que o “elenco” foi formado em 2021, antes do anúncio do levantamento das restrições de gênero em junho de 2022.
“Espera-se que as mulheres participantes do Jarl Squad evoluam nos próximos anos, mas veremos mulheres participando de alguns dos outros 46 esquadrões do festival de 2023”, disse o comitê “Up Helly Aa” antes do evento.
As procissões iluminadas por tochas e a queima de escaleres são um eco dos rituais nórdicos pagãos. As Shetland e as vizinhas Ilhas Orkney foram governadas pelos nórdicos por cerca de 500 anos, até se tornarem parte da Escócia em 1468.