Uma mulher que estava no avião que caiu nesta terça-feira em Durango, no México, relatou que conseguiu escapar da aeronave com sua filha por um buraco que se abriu na fuselagem.
A aeronave Embraer operada pela AeroMexico caiu logo após a decolagem. Todas as 103 pessoas a bordo sobreviveram e dezenas ficaram feridas. Os passageiros e a tripulação conseguiram sair em segurança antes de a aeronave ser engolida pelas chamas.
A passageira Jackeline Flores, mexicana que mora na Colômbia, disse a repórteres que quando o avião caiu havia uma chuva intensa. Ela conseguiu desafivelar o cinto da filha de 16 anos e escapar pelo buraco na aeronave.
"Tive a sorte de virar para trás e havia um buraco. Era um buraco que se abriu atrás da gente e as pessoas estavam saindo por ali", disse. "Desafivelei o cinto da minha filha e lhe disse: 'vamos sair por aí'. E pulamos".
"Uma menininha que saiu do avião estava chorando porque suas pernas ficaram queimadas", relatou.Depois que pulou, Jackeline começou a correr para se afastar da aeronave com medo que elas explodisse. A aeronave foi tomada pela fumaça e pelas chamas.
"Havia muita fumaça, então havia partes em que não era possível enxergar. Tive que caminhar entre a vegetação, lodo e muita chuva", contou.
Imagens de televisão mostraram a estrutura seriamente danificada do avião depois que a aeronave parou em um trecho de terra com vegetação rasteira, e uma coluna de fumaça subindo aos céus.
Segundo o relato de outro passageiro, o incêndio começou em questão de segundos. "Foi muito, muito feio", disse Lorenzo Nunez, passageiro de Chicago (EUA) que viajava com sua mulher e os dois filhos. "Queimou em questão de segundos", disse a repórteres da agência Associated Press.
Um grande dispositivo de resgate, envolvendo o Corpo de Bombeiros, a Cruz Vermelha, Exército, Polícia e Defesa Civil foi mobilizado em torno do local do acidente.
Segundo as autoridades, o piloto foi o que mais se feriu no acidente, mas seu quadro é estável. Ele sofreu uma lesão cervical e precisou passar por cirurgia. Uma menina apresenta queimaduras em 25% do corpo. No total, 49 pessoas foram hospitalizadas. A maioria delas com ferimentos leves.
Corrente de vento
"Saímos rápido porque estávamos na primeira classe. Demorou um bom tempo, como uns três minutos, para começar a explodir", disse.
O governador de Durango, José Rosas Aispuro, também disse que uma rajada de vento sacudiu a aeronave antes de o avião mergulhar subitamente, citando o controle de tráfego aéreo do aeroporto.
A asa esquerda bateu no solo, soltando dois motores, antes de o avião parar a 300 metros da pista, disse ele em uma coletiva de imprensa. Passageiros relataram que ouviram um barulho muito alto quando a asa esquera colidiu com o solo.
Em entrevista de um hospital à NBC News, a passageira Dorelia Rivera, que mora nos EUA, relatou o tempo ruim:
"Nós decolamos, estava chovendo e, honestamente, pensei: 'Por que raios estamos decolando?'. Em poucos minutos o avião começou a tremer. Ouvimos um grande barulho atrás de nós e a próxima coisa que sabemos é que começou a sair fumaça e fogo", disse a sobrevivente, que teve queimaduras e fraturas.
Investigação
A causa da queda é investigada. O local do acidente foi isolado e as autoridades vão analisar a caixa preta e as gravações para determinar as causas do acidente. Segundo a Associação Sindical de Pilotos Aviadores, a conclusão final da investigação pode durar de 6 a 12 meses.
O Aeroporto de Durango suspendeu durante horas suas operações e centenas de pessoas sofriam com o atraso dos voos.
O Grupo Aeroportuário Centro Norte, o operador do aeroporto, também citou relatórios preliminares que apontam tempo ruim.
A AeroMexico disse em um comunicado: "Lamentamos profundamente este acidente. As famílias de todos os afetados estão em nossos pensamentos e nossos corações". A Embraer disse que está pronta para ajudar as autoridades a investigar a queda.