O Papa Francisco anunciou nesta sexta-feira (22) que quer "intensificar o diálogo com o Islã" e com os "não crentes", ao receber no Vaticano os diplomatas que trabalham com a Santa Sé.
Em discurso, o Papa argentino disse que uma das prioridades de seu pontificado vai ser a luta contra a pobreza "tanto material como espiritual: edificar a paz e construir pontes".
Aos embaixadores e representantes de 180 países, o Papa falou em italiano, e não em francês como era a tradição, e recordou os motivos que o levaram a escolher seu nome como pontífice.
"Como sabem, são vários os motivos pelos quais escolhi meu nome, pensando em Francisco de Assis, uma personalidade que é bem conhecida além dos confins da Itália e da Europa, e também entre aqueles que professam a fé católica. Um dos primeiros é o amor que Francisco tinha pelos pobres. Quantos pobres ainda existem no mundo! E quanto sofrimento enfrentam estas pessoas!", lamentou.
Também advertiu sobre "a outra pobreza".
"A pobreza espiritual de nossos dias, que afeta gravemente os países considerados mais ricos", disse.
"É o que meu predecessor, o querido e venerado Papa Bento XVI, chama de "ditadura do relativismo", que deixa a cada um como medida de si mesmo e coloca em perigo a convivência entre os homens", completou.
Respeitando seu estilo simples e claro, Francisco explicou que um de seus títulos é de "pontífice, ou seja, o que constrói pontes, com Deus e entre os homens".
"Gostaria precisamente que o diálogo entre nós ajude a construir pontes entre todos os homens, de modo que cada um possa encontra no outro não um inimigo, não um contendor, e sim um irmão para acolhê-lo e abraçá-lo", disse.
"Além disso, minhas próprias origens me estimulam a trabalhar para construir pontes", ressaltou, ao destacar que vem de uma família de origem italiana e "por isto está sempre vivo em mim este diálogo entre lugares e culturas distantes entre si, entre um extremo do mundo e o outro", completou.