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Papa faz forte crítica a Trump e pede 'reflexão profunda' sobre tratamento a migrantes

O Papa, que é americano, pediu uma “reflexão profunda” sobre a forma como os migrantes são tratados e criticou os bombardeios dos Estados Unidos a navios venezuelanos

Papa Leão XIV | Foto: Vatican News/Divulgação
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O papa Leão 14 fez um apelo por uma reflexão profunda sobre a forma como os migrantes são tratados nos Estados Unidos, destacando que muitas pessoas foram profundamente afetadas pela controvérsia política de deportações em massa.

Em uma de suas críticas mais contundentes até agora ao governo do presidente Donald Trump, o primeiro papa nascido nos EUA também alertou que o bombardeio norte-americano a navios venezuelanos suspeitos de transportar drogas pode aumentar as tensões na região.

Aparecendo diante de câmeras de TV do lado de fora de sua residência papal em Castel Gandolfo, e se oferecendo para responder "uma ou duas perguntas", o papa afirmou que há pessoas que viveram nos EUA "por anos e anos, sem nunca causar problemas, e que foram profundamente afetadas" pela política rígida de imigração de Trump.

🌍 Papa Leão 14 critica políticas de imigração dos EUA e repercute entre conservadores

Falando em inglês e se dirigindo diretamente ao público norte-americano, o papa Leão 14 reiterou a crença católica de que todo cristão será, em última instância, julgado pela forma como acolheu "o estrangeiro".

"Fiquei impressionado com a clareza de sua referência, porque ele obviamente está falando sobre as batidas do ICE", disse o historiador católico Austen Ivereigh à BBC, referindo-se ao órgão de controle migratório dos EUA. "É uma declaração muito forte."

Inicialmente, após sua eleição em maio, os comentários de Leão sobre geopolítica foram cautelosos. Porém, no mês passado, ele usou a palavra "desumano" para se referir à repressão liderada por Trump, abalando católicos conservadores em seu próprio país que haviam abraçado o "papa americano".

✝️ Papa Leão 14: migração, pobreza e postura firme nos EUA

O papa Leão 14 — nascido em Chicago como Robert Prevost e ex-missionário no Peru — tem reforçado que migração e pobreza estarão no centro de seu pontificado. Ele critica a política rígida de Trump em relação aos migrantes, destacando que muitos vivem anos nos EUA sem causar problemas e merecem acolhimento.

Segundo especialistas, Leão mantém a linha ortodoxa da Igreja, defendendo direito das famílias e necessidades espirituais de migrantes, e pede que autoridades permitam assistência pastoral, incluindo em centros de detenção perto de Chicago.

Sobre a Venezuela, o papa defende diálogo e calma, alertando que ações militares aumentam a tensão em vez de promover a paz. Seis meses após sua eleição, o pontificado de Leão mostra clareza, transparência e disposição para pressionar o governo dos EUA, assumindo riscos políticos ao se posicionar publicamente.

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