Na cerimônia em que 32 bebês foram batizados, um deles era filho de uma mulher que inclusive mandara uma carta ao Papa, dizendo que havia pensado em abortar depois que o companheiro a abandonara. Em maio de 2013, Durante a celebração de uma outra missa no Vaticano, o Pontífice já havia deixado claro que sua postura em relação às crianças filhas de mães solteiras seria mais liberal.
“Somos muitas vezes controladores da fé, em vez de facilitadores”, disse Francisco na época , sobre padres que se recusam a batizar esses bebês. “Essa mulher teve a coragem de continuar a gravidez. E o que encontra? Uma porta fechada?”, desafiou.
Idealizado para celebrar a data em que, segundo a tradição, São João Batista batizou Jesus, o evento, que acontece bem embaixo da famosa pintura de Michelangelo, teve ainda entre seus principais “convidados” a filha de um casal de militares italianos casados apenas no civil. Há meses eles pediram para que o Papa Francisco batizasse a pequena Giulia, e ele não viu problema quando os dois chegaram com os documentos de sua união no Vaticano. O Papa ainda fez questão de deixar as mulheres à vontade para alimentarem seus bebês ali, caso eles ficassem com fome. O Pontífice já havia chamado a atenção para o assunto numa entrevista, há cerca de um mês, quando defendeu o aleitamento materno em público, e relacionou o assunto à fome no mundo.
— Mães, se eles estiverem com fome, alimentem seus filhos, sem pensar duas vezes. Porque eles são as pessoas mais importantes aqui — disse Francisco durante a cerimônia deste domingo.