Pai que jogou filha de ponte é condenado à prisão perpétua

Darcey Freeman foi jogada pelo pai no rio Yarra

Darcey Freeman foi jogada pelo pai no rio Yarra, em Melbourne, após uma briga com a mãe da menina | BBC Brasil
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A Justiça da Austrália sentenciou à prisão perpétua o pai de uma menina de 4 anos que morreu ao ser jogada de uma ponte de 58 m de altura em Melbourne.

Arthur Freeman, que havia sido condenado no fim do mês passado, terá de passar pelo menos 32 anos preso. A defesa do pai alegou que ele não estava no controle de suas faculdades mentais quando cometeu o crime, em janeiro de 2009.

Em meio a uma acirrada disputa conjugal, Freeman havia sido informado de que teria de passar menos tempo com os filhos.

Em plena hora do rush - às 9h da manhã do dia 29 de janeiro de 2009 - ele parou seu carro no meio da ponte West Gate, deixou o pisca-alerta ligado e jogou a filha, Darcey Freeman no rio Yarra.

Darcey morreu de ferimentos internos graves e em virtude de afogamento. A equipe de resgate tentou ressucitar a menina por 45 minutos, mas ela morreu no hospital. Os irmãos estavam no carro e presenciaram a queda da menina.

"É impossível imaginar quais devem ter sido os últimos pensamentos de Darcey e a sua morte deve ter sido dolorosa e prolongada", disse o juiz Paul Coghlan, ao proferir a sentença

"A única conclusão é que você usou a sua filha em uma tentativa de magoar a sua ex-mulher da maneira mais profunda possível."

Adeus

Momentos antes, Arthur havia ligado para a mãe da Darcey, Peta Barnes. "Dê adeus aos seus filhos", dissera o pai.

Após jogar a própria filha para a morte, Arthur conduziu seu carro para o complexo de tribunais federais em Melbourne, onde permaneceu soluçando sem parar até ser preso, segundo relatos da segurança.

Os psiquiatras que prestaram depoimento durante o julgamento afirmaram não haver razões para crer que o pai estivesse fora de suas capacidades mentais quando agiu.

"É uma série de circunstâncias terríveis. Muitas vezes você pensa que viu tudo, mas não viu", disse, à época, o detetive Steve Clark, responsável pelo caso.

Também à época, o então primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, acolheu uma ideia da família de criar uma data para homenagear "as crianças que saíram cedo de nossas vidas".

Mais de 150 mil pessoas registraram-se para fazer parte de um grupo de tributo a Darcey Freeman no site social Facebook.

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