Forças da Otan admitem ter matado jovens em ataque aéreo

A declaração veio após um relatório da ONU mostrar o aumento das mortes de civis em 2011, na guerra que já dura uma década

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Forças lideradas pela Otan no Afeganistão disseram nesta quarta-feira (15) que mataram oito jovens afegãos na província sudeste de Kapisa, em um ataque aéreo que enfureceu o governo do país na semana passada.

A declaração veio após um relatório da ONU mostrar o aumento das mortes de civis em 2011, na guerra que já dura uma década.

No começo da semana, autoridades afegãs mostraram fotos chocantes de oito meninos, com idades entre 6 e 14 anos de idade e de um rapaz de 18 anos, e afirmaram que eles haviam sido mortos num bombardeio da Otan na província de Kapisa quando acompanhavam um rebanho de ovelhas e pararam para acender uma fogueira, em meio a neve.

"Oito jovens afegãos perderam a vida como resultado de um ataque aéreo das forças da coalizão", afirmou o diretor de Comunicação da Força de Assistência de Segurança Internacional (Isaf, sigla em inglês), general Lewis Boone, aos repórteres.

As vítimas pareciam estar carregando armas e estavam andando de maneira ameaçadora, induzindo as forças da Isaf a pedirem apoio aéreo, afirmou Boone.

"A aeronave lançou duas bombas no grupo, que nós acreditávamos ser uma ameaça iminente para nossa população.. e no fim, oito jovens afegãos perderam suas vidas neste trágico evento."

O presidente do Afeganistão apoiado pelo Ocidente, Hamid Karzai, que perdeu popular por causa das mortes dos civis, pediu repetidas vezes que as forças da Otan parassem de matar civis.

A ONU disse este mês que o número de civis mortos e feridos na guerra do Afeganistão subiu pelo quinto ano consecutivo, de 2.790 em 2010 para 3.021 em 2011.

A maioria destas mortes foi causada por insurgentes, afirmou a organização, mas as mortes de civis causadas por ataques aéreos da Otan também subiram 9%, para 187.

As forças da Isaf disseram esta semana que irão realizar uma conferência em março, em conjunto com o governo afegão e a missão da ONU no país, para discutir como evitar as mortes de civis.

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