A polícia norueguesa informou nesta segunda-feira (25) que pode corrigir para baixo o número de mortos causados pelos ataques de sexta-feira (22) em Oslo, que até o momento estava em 93.
"Pelo que sabemos agora, parece que vamos revisar para baixo o número de pessoas mortas [na ilha]", disse o chefe da polícia, Oeystein Maeland.
Até o momento, o número de mortos a tiros na ilha de Utoeya divulgado pela polícia era de 86. Outras sete pessoas foram vítimas do ataque a bomba no centro da capital norueguesa.
No dia anterior, o norueguês Anders Behring Breivik pediu para comparecer de uniforme à audiência pública desta segunda, na qual será julgado, informou seu advogado neste domingo (24). No dia anterior, Breivik já havia assumido os atentados que deixaram 93 mortos em seu país.
"Ele tem dois desejos: o primeiro é que a audiência seja pública e o segundo é que ele possa vestir-se de uniforme", disse o advogado Geir Lippestead à televisão NRK. "Desconheço de que uniforme se trata", completou.
O tribunal de Oslo poderá decretar a prisão preventiva de Breivik por um período máximo de quatro semanas. Esse período poderá ser renovado em nova audiência a ser realizada até o fim das quatro semanas, conforme explicou aos jornalistas o Comissário Sveinung Sponheim.
"Há poucas dúvidas de que ele será preso", disse Lippestead.
A decisão, no entanto, sobre se a audiência será ou não pública caberá ao juiz.
"Ele quer explicar o que fez. E quer fazê-lo publicamente", justificou o advogado.
Segundo a imprensa norueguesa, a polícia pedirá que a audiência seja celebrada a portas fechadas.
Atualmente, Breivik tem o estatuto de suspeito ante o sistema judicial norueguês, e não pode ser considerado culpado até o final da investigação policial, mesmo que já tenha assumido o crime.
A polícia afirmou que ainda desconhece os motivos para o massacre. Segundo Breivik, ele atuou sozinho.
Segundo a última análise da polícia, 93 pessoas morreram em um tiroteio contra uma reunião de jovens na ilha de Utoya, próxima de Oslo, e na explosão, ocorrida um pouco antes, de um carro-bomba próximo à sede do governo na capital norueguesa.
Personalidade do atirador
Dois documentos na internet reforçam a suposta autoria dos ataques e revelam a personalidade do atirador. Um deles é um filme de doze minutos, intitulado "Cavaleiros templários - 2083" - em referência à organização medieval cristã que combateu o Islã pela força das armas.
No filme, várias críticas ao marxismo e à imigração de muçulmanos e uma foto de Anders com roupa de mergulho portando uma arma automática.
Outro documento é um manifesto escrito em inglês que seria de Anders e escrito sob o pseudônimo de Andrew Berwick. Nas 1.500 páginas postadas na internet, há a informação que os ataques estariam sendo planejados desde 2009.
O autor fala ainda que o terrorismo é um meio de despertar as massas e que provavelmente será lembrado como o maior monstro desde a segunda guerra. O documento também ensina como fabricar bombas. A última postagem foi na sexta-feira (22), cerca de três horas antes da explosão em Oslo.