Oscar Pistorius teve discussão violenta antes da morte da namorada; detetive vê risco de fuga

Disparos foram feitos na direção de vaso sanitário do banheiro onde Reeva estava.

Oscar Pistorius no tribunal para seu segundo dia de audiência | AP
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A segunda parte da audiência de Oscar Pistorius começou com um novo e importante depoimento. O promotor responsável pelo caso, Gerrie Nel convocou o detetive e sub-tenente Hilton Botha, que esteve no local do crime na madrugada da tragédia. Ele detalhou ao juiz como encontrou a cena do crime.

- Ela estava deitada no chão do primeiro andar. Com short branco e colete preto. Ela estava coberta por toalhas - disse o detetive.

Botha afirmou ao juiz que acredita em um risco de fuga de Oscar Pistorius e é contra o pedido de fiança. O detetive foi além. Ele revelou que Kenny Woldwage, um dos advogados de Pistorius, estava à procura de documentos e um cartão de memória com detalhes de contas do atleta no exterior.

Segundo o depoimento do detetive, os tiros atingiram a roupa de Reeva, mostrando que a modelo estava vestida no momento dos disparos. Uma das feridas foi no lado direito de sua cabeça, outra no braço direito e uma no quadril.

- Quatros tiros foram disparados contra a porta. Ele usou o taco de críquete para quebrar a porta - disse o detetive. Em sua declaração na primeira audiência, Pistorius deu a mesma informação, afirmando, no entanto, que acreditava que um ladrão estava no banheiro.

De acordo com o detetive do caso, os tiros foram disparados na direção do vaso sanitário, que fica em um pequeno cômodo, mais para a esquerda da porta. Se Pistorius atirasse em um ângulo reto em relação à porta, não acertaria o vaso.

A acusação mostrou uma planta da casa de Oscar Pistorius. Segundo o detetive Botha, para caminhar da varanda (onde Pistorius foi antes de atirar) para o banheiro, é preciso passar pela cama. O atleta biamputado disse que só notou que a namorada não estava na cama após os disparos.

Também foi dito que foi encontrado na casa do atleta paralímpico uma arma calibre 38, das qual ele não tinha licença. Para a pistola de 9mm, que acertou Reeva, a licença estava válida.

Após ouvir o depoimento, o advogado de Oscar Pistorius, Barry Roux, ganhou o direito de fazer perguntas ao detetive Botha. A primeira questão levantada foi como foi possível saber a distância em que os tiros foram disparados. O investigador respondeu que tem uma experiência grande em ciência forense.

A defesa relatou que a bexiga de Reeva Steenkamp estava vazia quando ela morreu.

- Se a bexiga vazia não pode ser resultado de perfuração ou vazamento, o que você diria? Você aceita que é consistente alguém levantar às três horas da manhã para esvaziá-la? - questionou? - questionou.

A promotoria acusa o biamputado por assassinato premeditado da jovem no dia 14 de fevereiro, em sua casa, em Pretória. A defesa, por sua vez, afirma que Pistorius confundiu a namorada, que foi alvejada dentro do banheiro, com um ladrão.

O multicampeão de 26 anos é conhecido como "Blade Runner" e fez história no atletismo ao tornar-se o primeiro campeão mundial paralímpico a enfrentar atletas sem deficiência em provas nas Olimpíadas de Londres, em 2012.

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