O Partido Democrata, principal força de oposição na Coreia do Sul, anunciou que buscará abrir um processo de impeachment contra o presidente Yoon Suk Yeol caso ele não renuncie imediatamente.
A declaração veio após Yoon decretar lei marcial na terça-feira (3), medida classificada pelo partido como "um ato de rebelião" e suficiente para justificar o afastamento do presidente. “Não permitiremos que o presidente Yoon continue violando a Constituição e comprometendo a democracia”, afirmou a sigla em comunicado.
Os líderes da oposição exigiram que Yoon "renuncie de forma imediata e voluntária". O parlamentar Park Chan-dae, um dos principais nomes do partido, declarou que o presidente “não poderá evitar acusações de traição” e criticou a decisão como um golpe contra os princípios democráticos do país.
O que aconteceu na Coreia do Sul?
A crise política foi agravada quando soldados foram enviados ao prédio principal da Assembleia Nacional pouco após o decreto de lei marcial, o que intensificou as tensões. A decisão de Yoon foi anunciada em um pronunciamento surpresa na noite de terça-feira (3), horário local. O presidente justificou o ato como resposta a uma série de decisões do Partido Democrata, incluindo a tentativa de destituir procuradores de destaque e a rejeição de uma proposta orçamentária do governo.
A reação foi rápida, inclusive dentro da base de apoio do governo. O líder do partido governista pediu explicações sobre o decreto, que classificou como "lamentável", e cobrou a demissão do ministro da Defesa.
Horas após a declaração de lei marcial, Yoon suspendeu a ordem, mas o episódio deixou a Coreia do Sul mergulhada em uma grave crise institucional.