Um ataque com arma branca dentro de um trem com destino a Londres deixou 11 pessoas feridas na noite de sábado (1º). Entre as vítimas, uma funcionária da companhia ferroviária permanece hospitalizada em estado grave, com risco de vida.
A Polícia de Transportes Britânica prendeu dois homens de 32 e 35 anos suspeitos de tentativa de homicídio, mas um deles acabou sendo liberado após depoimento. A unidade antiterrorismo do Reino Unido está apoiando as investigações, embora as autoridades afirmem, até o momento, que não há indícios de motivação terrorista.
O incidente aconteceu durante o trajeto entre Doncaster, no centro da Inglaterra, e a estação de King’s Cross, na capital. O trem fez uma parada de emergência em Huntingdon, a cerca de 120 km de Londres, onde equipes armadas e helicópteros médicos prestaram socorro imediato.
Até o início da tarde deste domingo (2), quatro vítimas já haviam recebido alta hospitalar.
Investigações em andamento
Segundo a polícia, o caso foi classificado como um “incidente grave”. As forças de segurança informaram que ainda não há detalhes sobre o motivo do ataque, nem sobre a identidade dos feridos.
Durante os primeiros minutos da operação, o protocolo interno de possível “ataque terrorista em andamento” chegou a ser ativado, mas foi suspenso posteriormente. “Estamos realizando investigações urgentes para compreender as circunstâncias e a motivação deste evento, o que pode levar algum tempo”, declarou o superintendente Chris Casey, destacando que seria “inadequado especular neste momento”.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram policiais com trajes forenses e cães farejadores atuando na plataforma da estação.
Pânico entre os passageiros
Relatos de testemunhas descrevem cenas de desespero e correria quando o trem chegou a Huntingdon.
Dean McFarlane, funcionário do metrô de Londres, contou à BBC que viu passageiros saindo sangrando do trem. “Uma das pessoas estava completamente coberta de sangue e vestia uma camisa branca”, disse ele, relatando que tentou acalmar passageiros em pânico enquanto pedia que deixassem a estação.
Outro passageiro, Tom McLachlan, de 19 anos, afirmou que percebeu algo errado quando ouviu o alarme tocar várias vezes e pessoas se afastando dos vagões centrais. “Ouvi alguém gritar: ‘Ele foi esfaqueado’. Então, o pânico tomou conta. Vi várias pessoas cobertas de sangue”, relatou.
Tom tentou socorrer um homem esfaqueado nas costas, mas precisou fugir ao perceber que o agressor havia deixado o vagão e ainda portava a faca. “Tive que correr para salvar minha vida”, contou. O ferido foi atendido logo depois por equipes médicas que já estavam no local.
Autoridades e reações
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, manifestou solidariedade às vítimas e às famílias afetadas, chamando o episódio de “terrível”. O prefeito de Cambridgeshire e Peterborough, Paul Bristow, também se pronunciou, dizendo ter ouvido “descrições horríveis do que ocorreu no trem”.
A companhia London North Eastern Railway (LNER), responsável pela linha da costa leste, confirmou que o ataque aconteceu em um de seus trens e recomendou que os passageiros adiem viagens devido às interrupções causadas pela investigação.
O tráfego ferroviário entre Doncaster e King’s Cross permanece suspenso até que a área seja liberada. A polícia pediu que o público evite espalhar rumores e reforçou o compromisso de “garantir a segurança de todos os passageiros”.
As autoridades ressaltam que o episódio ocorre em um momento de maior vigilância na segurança pública britânica, em que unidades antiterroristas atuam em conjunto com a polícia local para descartar possíveis motivações extremistas.