A Organização Internacional para as Migrações (OIM) consultou formalmente o Brasil para saber se o país pode receber alguns dos haitianos que estão acampados na fronteira entre os Estados Unidos e o México, segundo a agência de notícias Reuters.
Sem mencionar o pedido da OIM — braço da ONU para migração —, o Itamaraty afirmou em nota que "o tema foi tratado em conversas entre autoridades de diversos países e está sendo analisado à luz da legislação vigente".
O pedido da OIM ocorre no momento em que o presidente dos EUA, Joe Biden, enfrenta uma pressão crescente para resolver mais uma crise migratória, com milhares de haitianos tentando entrar ilegalmente no país.
Crise migratória
Eles estão reunidos embaixo de uma ponte no Texas, ao norte do Rio Grande e perto da fronteira com o México, mas o governo americano começou a deportá-los de volta ao Haiti.
Cerca de 12 mil haitianos devem ser expulsos dos EUA, em uma crise que já proporcionou cenas chocantes como a de agentes a cavalo "caçando" imigrantes.
O enviado especial dos EUA para o Haiti, Daniel Foote, renunciou ao cargo na quinta-feira (23), dois meses após a sua nomeação, devido à crise.
Em uma carta, o enviado especial do Departamento de Estado denunciou as deportações do governo Biden e afirmou: "Não vou me associar à decisão desumana e contraproducente".
Quem pode ser enviado ao Brasil
A OIM pediu ao Brasil que receba haitianos que têm filhos brasileiros ou que passaram pelo Brasil antes de entrarem no México, disseram duas fontes à Reuters. Elas dizem que o primeiro pedido tem mais probabilidade de ser aceito.
Procurada, a OIM disse, por meio de seu escritório mexicano, que tem "um programa de retorno voluntário que auxilia imigrantes de várias nacionalidades". Sem dar maiores detalhes, a entidade disse que "a implantação deste programa exige um acordo entre os países envolvidos".