O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se comprometeu a explicar a espionagem ao governo brasileiro até a próxima quarta-feira (11), afirmou Dilma Rousseff nesta sexta-feira (6).
Dilma concedeu entrevista coletiva em São Petersburgo, na Rússia, durante a oitava reunião do G20. Ela e o mandatário norte-americano se encontraram durante a cúpula internacional.
A espionagem, descoberta no último domingo (1º), ameaça a viagem de Dilma para Washington, programada para o dia 23 de outubro, com honrarias de chefe de estado.
Segundo postagem no Twitter do Blog do Planato, Dilma disse, durante a coletiva desta manhã, que a visita depende das condições políticas a serem criadas por Obama.
Na última quinta-feira (5), a presidente cancelou a ida da comitiva que iria preparar a visita, o que reforça a ameaça de um cancelamento da viagem de outubro. Caso isso ocorra, o Brasil tem mais a perder do que a ganhar, avaliam especialistas.
Os presidentes têm um encontro garantido no dia 24 de setembro, em Nova York, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas. Lá, Dilma diz que irá "propor uma nova governança contra invasão de privacidade".
A presidente aproveitou para criticar a intervenção na Síria pretendida pelos Estados Unidos.
? O Brasil não reconhece uma ação militar na Síria sem a aprovação da ONU.
Anteriormente, na quinta-feira (5), Ben Rhodes, vice-assessor de segurança para comunicações estratégicas da presidência americana, havia dito que Obama iria buscar no encontro com Dilma "que os brasileiros tenham um melhor entendimento sobre o que fazemos e o que não fazemos, para entender melhor suas preocupações."
O assessor da Casa Branca disse também que "a relação com o Brasil é muito importante (para os EUA), não apenas nas Américas, mas no mundo".