O México amanheceu nesta quarta-feira (20) buscando os sobreviventes do terremoto de magnitude 7,1 na escala Richter que atingiu o país na terça e deixou mais de 200 mortos, a maior parte na capital.
Os trabalhos de resgate prosseguem sem descanso na Cidade do México e nos Estados centrais do país em busca de sobreviventes sob os escombros dos prédios. Muitos moradores da capital não dormiram à espera dos resgates e com medo de um tremor secundário forte
Segundo o secretário de Governo do país, Miguel Ángel Osorio, são 225 mortes confirmadas. Ao menos 45 edifícios em diferentes lugares da Cidade do México desabaram - em seis deles, pelo menos, acredita-se que há pessoas soterradas.
Os resgates se concentravam na zona sul e no corredor Roma-Condesa, área nobre da capital conhecida por seus bares e restaurantes e onde moram muitos estrangeiros.
Nos Estados de Puebla e Morelos, onde foi localizado o epicentro do terremoto, que aconteceu às 13h14 locais (15h14 de Brasília) de terça-feira, também prosseguiam as tarefas de resgate em casas e prédios destruídos.
"As Forças Armadas e Polícia Federal seguirão trabalhando sem descanso até esgotar todas as possibilidades de encontrar mais pessoas com vida", escreveu no Twitter o secretário de Governo, Miguel Angel Osorio.
O terremoto derrubou dezenas de prédios, destruiu encanamentos de gás e desencadeou incêndios pela capital e em outras cidades no centro do México. Carros foram esmagados pela queda de destroços.
Na capital, a maior tragédia até agora foi o desabamento da escola Enrique Rebsamen, localizada no extremo sul da cidade.
"Temos 26 mortos, dos quais cinco são adultos e 21 crianças. Temos 11 crianças resgatadas, e o número de pessoas presas oscila entre 30 e 40", disse José Luis Vergara, oficial do Exército que coordena o resgate, ao canal Televisa.
Com o apoio de civis e de socorristas, militares trabalhavam com a luz de geradores. As buscas seguiam complicadas, porque a escola - que, de três andares, foi reduzida a apenas um - ameaçava desabar por completo a qualquer momento.
Vergara explicou que os socorristas conseguiram estabelecer contato com uma professora e com duas crianças presas nos escombros.
Mães aguardavam notícias dos filhos, em um clima de grande nervosismo.
"Eles continuam tirando crianças, mas nós não sabemos nada sobre a minha filha", disse Adriana D'Fargo, de 32 anos, após horas esperando por notícias sobre sua filha de 7 anos de idade.
Os pais também ajudavam a remover os escombros. A polícia levou cães farejadores e instrumentos para detectar o mínimo som até a área da tragédia.
"Uma nuvem de poeira veio quando parte do edifício entrou em colapso. Tivemos que permanecer em nossas salas até que o tremor passasse", relatou a professora María del Pilar Martí.
Partes de igrejas da era colonial desmoronaram no Estado de Puebla, onde o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) localizou o epicentro do tremor, cerca de 158 quilômetros a sudoeste da capital, a um profundidade de 51 quilômetros.