Subiu para 40 o número de mortos após a explosão de grandes proporções que atingiu o porto Shahid Rajaee, na cidade de Bandar Abbas, no sul do Irã, no último sábado (26). De acordo com as autoridades locais, mais de 1.200 pessoas ficaram feridas.
Bombeiros seguem trabalhando para apagar o incêndio que começou após a explosão na área de contêineres. A alfândega informou que caminhões estão sendo retirados da região e que o pátio atingido armazenava produtos químicos e materiais perigosos. A causa do acidente ainda está sob investigação.
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, visitou alguns dos feridos neste domingo (27) e afirmou, em reunião transmitida pela TV estatal, que é necessário entender o que provocou a explosão. A emissora informou que o mau manuseio de materiais inflamáveis pode ter contribuído para o acidente.
Segundo a agência Tasnim, o governador da província, Mohammad Ashouri, decretou três dias de luto oficial.
Produto químico ligado a combustível de mísseis
A empresa de segurança privada Ambrey informou que, em março, o porto recebeu carregamentos de perclorato de amônio, um material usado para a produção de combustível de mísseis. O produto teria vindo da China em dois navios, segundo o relatório da empresa.
O porta-voz do Ministério da Defesa do Irã, general Reza Talaeinik, negou que houvesse materiais de uso militar no local no momento da explosão e classificou como falsas as informações sobre a presença de combustível para mísseis.
Ainda não está claro o que exatamente provocou a explosão de tamanha força. O Irã também não informou por que os produtos químicos não foram removidos do porto, mesmo após o histórico de grandes acidentes envolvendo armazenamento de materiais perigosos, como o ocorrido em Beirute, no Líbano, em 2020.
Instalações de petróleo não foram atingidas
A Companhia Nacional de Refino e Distribuição de Petróleo do Irã informou que suas instalações não foram afetadas pela explosão no porto de Shahid Rajaee.
A força da explosão quebrou janelas a vários quilômetros de distância e foi sentida até na ilha de Qeshm, localizada a 26 km do local. Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram uma nuvem em forma de cogumelo se formando logo após o incidente.
Em 2020, o mesmo porto sofreu um ataque cibernético que causou paralisações. Na época, reportagens internacionais atribuíram a ação a Israel, mas desta vez não houve comentários oficiais do governo israelense sobre qualquer possível envolvimento.