Número de mortos após terremoto no Nepal ultrapassa os 7 mil

Prosseguem as buscas para localizar quase mil europeus, a maioria praticantes de alpinismo que estavam nas regiões do Everest e de Langtang no momento do tremor.

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Uma semana após o tremor, ainda há registro de resgates de pessoas com vida. Um idoso de 101 anos foi resgatado com vida entre os escombros de uma casa no Nepal, informou a polícia local neste domingo (3). O homem foi resgatado neste sábado (2) e foi levado para um hospital, onde se recupera.

Além disso, outras três pessoas que estavam soterradas há oito dias foram retiradas com vida dos destroços de sua casa por equipes de resgate no Nepal. O caso aconteceu no distrito de Sindhupalchowk, ao nordeste da capital Katmandu e uma das áreas mais afetadas pelo tremor no país.

Os resgates levaram esperança, apesar de o governo já não ter mais uma postura otimista. "Uma semana passou desde o desastre. Estamos fazendo todo o possível em termos de salvamento e assistência, mas já não acredito na possibilidade de encontrar sobreviventes sob os escombros", declarou à AFP o porta-voz do ministério do Interior, Laxmi Prasad Dhakal.

Prosseguem as buscas para localizar quase mil europeus, a maioria praticantes de alpinismo que estavam nas regiões do Everest e de Langtang no momento do tremor.

"Estão desaparecidos, mas não sabemos exatamente qual a sua situação", afirmou Rensje Teerink, embaixadora da UE no Nepal, à imprensa.

O Consórcio de Redução de Riscos no Nepal, uma entidade na qual participam organismos das Nações Unidas, calcula que o terremoto causou o deslocamento de 2,8 milhões de cidadãos (a população do país é de 28 milhões pessoas).

A mesma fonte assinalou que o terremoto destruiu 160.786 casas e outras 143.673 ficaram danificadas, e reivindicou de maneira urgente US$ 415 milhões para enfrentar a crise humanitária vivida pelo país do Himalaia.

Sobreviventes esperam por alimentos

Em várias regiões, os sobreviventes esperam por alimentos e por transporte para um local seguro. "Em muitas áreas, as pessoas não têm acesso à ajuda e é normal que estejam irritadas", admitiu Rameshwor Dangal, diretor da agência nacional de gestão de catástrofes.

"Calculamos que quase mil pessoas precisam de auxílio nas regiões de Rasuwa e Sindhupalchowk", disse. Na capital Katmandu, dezenas de milhares de pessoas continuam dormindo nas ruas. De acordo com as Nações Unidas, 600 mil casas foram destruídas ou danificadas.

De acordo com a Reuters, inspeções alfandegárias no aeroporto de Katmandu estão retendo ajuda para sobreviventes do terremoto no Nepal.

O Unicef alertou para a situação de milhares de crianças desabrigadas, com a saúde em risco, traumatizadas pela tragédia e sem acesso à água potável ou alimentos. "Os hospitais estão lotados, a água começa a faltar, muitos corpos continuam sepultados sob os escombros e as pessoas continuam dormindo nas ruas. É uma situação perfeita para a proliferação de doenças", advertiu Rownad Khan, funcionário do Fundo das Nações Unidas para a Infância.

Acampamentos

Segundo fontes militares, cerca de 75% das vítimas do terremoto de há uma semana que tinham se refugiado nos acampamentos provisórios instalados pelo governo nepalês em Katmandu abandonaram as tendas.

O maior acampamento da capital nepalesa, o de Thudikel, dá refúgio ainda a entre 1.200 e 2.000 pessoas, embora na segunda-feira passada abrigasse entre 9.000 e 12.000, assegurou uma fonte militar que preferiu manter o anonimato.

A fonte assegurou que essa situação se repete em outros 15 acampamentos instalados em diferentes pontos de Katmandu, onde segundo os últimos dados oficiais divulgados pelo Ministério do Interior nepalês, 22.905 casas foram destruídas e outras 60.855 ficaram danificadas.

Muitos dos desabrigados pela tragédia que abandonaram os acampamentos retornaram para suas casas ou ao restante delas para retirar os escombros ou tentar concertar os danos.

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