Nice: 'Hollande diz que cerca de 50 estão entre a vida e a morte'

Caminhão invadiu multidão e deixou 84 pessoas mortas

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O presidente francês, François Hollande, afirmou nesta sexta-feira (15) que cerca de 50 pessoas estão entre a vida e a morte após o ataque ocorrido em Nice, no sul do país, na noite de quinta-feira (14), quando se comemorava a Queda da Bastilha.

Mais cedo, ele já tinha dito que o atentado que matou 84 pessoas tem "caráter terrorista". O último balanço aponta que 202 pessoas ficaram feridas.

"Há cerca de 50 pessoas que estão em emergência absoluta, quer dizer, entre a vida e a morte. Entre essas vítimas, há franceses e muitos estrangeiros vindos de todos os continentes, e há crianças, muitas crianças", declarou o chefe de Estado após uma visita a um hospital de Nice.

"As vítimas foram atingidas para satisfazer a crueldade de um indivíduo e, talvez, de um grupo", declarou.

Para o presidente da França, a batalha contra o terrorismo vai ser "longa" e "o inimigo continuará atacando".

O motorista do caminhão era um tunisiano de 31 anos segundo relato de duas autoridades para a agência Associated Press. A identidade de Mohamed Lahouaiej Bouhlel, que já tinha cometido pequenos crimes, foi encontrada na cabine do veículo que ele utilizou para atropelar as pessoas que participavam da festa. Bouhlel era casado e tinha três filhos.

Estado de emergência

Mais cedo, Hollande anunciou que vai estender por três meses o estado de emergência no país e que vai ampliar operações na Síria e no Iraque. Na quinta-feira pela manhã, ele tinha dito que não tinha a intenção de prolongar essa medida, que estava prevista para ser suspensa em 26 de julho.

O estado de exceção foi colocado em prática após os ataques de 13 de novembro em Paris, que deixaram 130 mortos e dezenas de feridos. "A França foi atacada por essa nova tragédia, está horrorizada pelo que aconteceu, essa monstruosidade que consiste em utilizar um caminhão para matar, deliberadamente matar dezenas de pessoas que vieram simplesmente celebrar o 14 de Julho.

A França chorou, está ferida, mas é forte, e sempre será mais forte que os fanáticos que a atacaram", disse Hollande.

"É toda a França que está sob a ameaça do terrorismo islâmico. Então, nessas circunstâncias, nós devemos fazer a demonstração de uma vigilância absoluta e de uma determinação contínua", discursou em outro momento.

Hollande afirmou ter decidido manter o nível da Operação Sentinela, que mobiliza dez mil militares, além de policiais. Ele ainda afirmou que vai fazer um chamado aos militares da reserva para auxiliar no policiamento do território francês e das fronteiras.

O Conselho de Defesa se reunirá nesta sexta (15) para examinar as medidas que já foram tomadas, e as novas medidas anunciadas na noite de quinta. Outra ação anunciada pelo presidente francês é "reforçar ainda mais ações na Síria e no Iraque".

O ATAQUE

Um caminhão atropelou diversas pessoas que estavam assistindo à queima de fogos em comemoração ao 14 de Julho, Dia da Queda da Bastilha, em Nice, no sul do país, matando dezenas.O gabinete da Procuradoria de Paris abriu uma investigação para apurar o ataque.

O ataque aconteceu no Promenade des Anglais (Passeio dos Ingleses), uma avenida à beira-mar, por volta das 22h30 (17h30 em Brasília).

O procurador de Nice, Jean-Michel Prêtre, diz que o veículo percorreu 2 km entre a multidão. O motorista foi morto por policiais. No momento em que o caminhão chegou, segundo o jornal "Nice Matin", um grande grupo de pessoas começou a correr. O clima era de pânico, já que ninguém sabia se era um acidente ou se o motorista atingiu as pessoas deliberadamente. Várias delas entraram no mar para se proteger.

Um vídeo publicado no Twitter mostra um caminhão, que parece ser o que foi usado no atropelamento, acelerando em direção às pessoas

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