O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela deixou uma herança de 46 milhões de rands (US$ 4,1 milhões), anunciaram nesta segunda-feira os responsáveis pelo testamento em entrevista coletiva em Johanesburgo.
Mandela, que morreu em 5 de dezembro, redigiu seu testamento em 12 de outubro de 2004, e fez a última emenda no texto em 2008.
Além da sua família, ele deixou parte de seu patrimônio para colaboradores mais próximos, para instituições educativas pelas quais passou e para seu partido, o hoje governamental Congresso Nacional Africano (ANC, sigla em Inglês).
O valor da herança de Mandela é estimado, já que exclui os benefícios derivados dos direitos de imagem, explicou o juiz Dikgang Moseneke, um dos três responsáveis pelo testamento de 40 páginas.
Os outros dois encarregados de administrar o testamento são o ex-advogado e amigo íntimo de Mandela, George Bizos, e o juiz Themba Sangoni. Eles compareceram junto com Moseneke na entrevista coletiva, realizada na sede da Fundação Mandela.
Moseneke revelou que Mandela estava casado com sua terceira e última esposa, Graça Machel, em comunhão de bens adquiridos pelo casamento.
Graça tem, portanto, direito a 50% da herança, e dispõe legalmente de um período de 90 dias para decidir se exerce esse direito, embora já tenha dito que renuncia a ele.
Além disso, todos os filhos e netos das três mulheres de Mandela se beneficiarão de uma parte do patrimônio do antigo líder.
Os familiares mais próximos a Nelson Mandela também foram informados do conteúdo do testamento sede da fundação, minutos antes de o documento se tornar público.
Segundo Mosoneke, nenhum membro do clã fez objeções ao testamento, que foi publicado para dar ao processo "total transparência", segundo o próprio juiz.