Navio de guerra com 800 fuzileiros se aproxima da Líbia

Pressões interna e externa sobre Kadhafi crescem, mas ele não recua

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Um navio de guerra dos EUA, o USS Kearsarge, com centenas de fuzileiros navais a bordo, aproximava-se nesta terça-feira (1º) da Líbia, anunciaram autoridades americanas, no momento em que as potências aumentam a pressão sobre o regime do coronel Muammar Kadhafi, acuado por rebeldes.

O USS Kearsarge, um porta-helicópteros com plataformas de desembarque, e duas naves que o acompanham, preparava-se para entrar no Canal de Suez, proveniente do Mar Vermelho, informaram à France Presse as duas fontes, que preferiram não ter o nome divulgado.

O grupo de operações anfíbias do Kearsarge, com 800 fuzileiros, uma frota de helicópteros e instalações médicas, pode garantir apoio a operações humanitárias, assim como as militares.

A repressão aos rebeldes que tentam derrubar Kadhafi -no poder desde 1969- gerou caos no país, com centenas de mortes, muitos feridos e colapso na fronteira com a Tunísia.

Comandantes militares americanos preparam uma lista de opções a propor ao presidente Barack Obama e mantêm discussão com europeus sobre como continuar pressionando a Líbia.

Um porta-aviões americano, o USS Enterprise, transportando caças com capacidade para impor uma zona de exclusão aérea, poderia também ser chamado como reforço, para responder à crise líbia. Está atualmente no norte do Mar Vermelho, segundo o site da Marinha.

Zona de exclusão

A criação de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia seria uma operação militar "desafiadora", disse nesta terça outra autoridade do Pentágono.

"Minha opinião militar é que isso seria desafiador", disse o general James Mattis, chefe do Comando Central dos EUA, durante uma audiência no Senado.

"Você teria que remover a capacidade de defesa aérea para estabelecer uma zona de exclusão, então não devemos nos iludir. Seria uma operação militar -não seria apenas dizer às pessoas para não voar em aviões."

Já o novo ministro das Relações Exteriores da França, Alain Juppé, assegurou nesta terça-feira ante a Assembleia Nacional (câmara de Deputados) que não haverá uma intervenção militar na Líbia sem um mandato claro das Nações Unidas.

"Diferentes opções podem ser estudadas, em particular a de uma zona de exclusão aérea. Mas digo muito claramente que nenhuma intervenção será feita sem um mandato claro do Conselho de Segurança da ONU", afirmou Juppé.

Favoráveis a uma rápida criação de uma zona de exclusão aérea para impedir que os aviões militares de Kadhafi bombardeiem as zonas onde estão os civis opositores, os Estados Unidos anunciam na véspera uma mobilização de forças em torno da Líbia.

O primeiro-ministro britânico David Cameron considerou inadmissível que Kadhafi "assassine seu povo" e enfatizou que, nestas circunstâncias, seria legítimo estudar a instalação de uma zona de exclusão aérea sobre o território líbio.

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