Um menino de 5 meses é o primeiro bebê nascido a partir de uma técnica de fertilização que usa material genético de três pessoas. A notícia foi detalhada em uma reportagem da revista científica "New Scientist".
A criança recém-nascida, identificada apenas como I.H. por questão de privacidade, tem a maior parte de seu DNA herdada de seu pai e sua mãe, mas uma pequena parcela de seu código genético vem de uma doadora.
A grande vantagem da controversa técnica é permitir que pais e mães com uma rara mutação genética tenham bebês saudáveis. Até hoje, essa forma de fertilização só foi aprovada no Reino Unido. Contudo, o primeiro bebê nascido a partir da técnica tem pais jordanianos, que receberam tratamento de uma equipe americana no México. Embriologistas ouvidos pela revista acham que esse nascimento pode acelerar a discussão e a aprovação da técnica em outros países do mundo."É revolucionário", disse à "New Scientist"
O cientista Dusko Ilic, do King's College London.Segundo a publicação, a mãe de I.H. carrega genes da síndrome de Leigh, uma doença letal que atinge o sistema nervoso em desenvolvimento. Os genes dessa doença ficam na mitocôndria, organela que fornece energia para a célula. A mitocôndia reúne 37 genes que são passados pelas mães a seus filhos. Estas informações genéticas ficam separadas da maior parte do DNA, localizada no núcleo da célula.Cerca de 25% da mitocôndria da mãe do bebê têm a mutação problemática que causa a doença. Mesmo sendo saudável, ela teve dois filhos que nasceram com a síndrome de Leigh e morreram. Por isso, a mulher e seu marido buscaram a ajuda de médicos no New Hope Fertility Center (Centro de Fertilidade Nova Esperança), em Nova York.