Mulheres se recusam a trabalhar após decisão de proibição do aborto

Com nova lei, mesmo em caso de estupro é proibido abortar.

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Milhões de mulheres se uniram ontem, 3, para realizar uma greve geral na Polônia contra o projeto de lei que visa proibir definitivamente o aborto no país. As mulheres saíram às ruas vestidas de preto em mais de 60 cidades polonesas como uma forma de representar o luto pela perda de seus direitos reprodutivos, em um protesto que ficou conhecido como Black Monday (“Segunda-Feira Negra”, em inglês).

Embora o aborto não seja liberado na Polônia, o procedimento ainda é permitido quando a gravidez é decorrente de um estupro ou incesto, quando há risco para a vida da mulher ou em casos de risco de danos irreversíveis para o feto. Com a nova legislação, no entanto, apenas gestações que representem um risco para a mãe poderão ser interrompidas.

A lei prevê ainda que todos os tipos de aborto que não se enquadrem nessa especificação se tornem crime, com pena de até cinco anos para as mulheres que decidirem interromper a gravidez. Além destas, os médicos responsáveis pelos procedimentos também poderão ser processados e detidos por três anos.

O projeto foi submetido ao Parlamento polonês após ser assinado por mais de 100 mil apoiadores no país, embora pesquisas recentes apontem para um apoio de apenas 11% da população. Segundo os críticos, a mudança poderá fazer ainda com que mulheres que tenham sofrido um aborto natural sejam investigadas para averiguar se não teriam provocado o aborto.

Em oposição à lei, as mulheres contrárias ao projeto decidiram não trabalhar e não ir à escola nesta segunda-feira. Segundo a BBC, o protesto foi inspirado por uma greve semelhante realizada na Islândia em 1975, quando as mulheres pararam de trabalhar por um dia pela igualdade de gêneros.

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