Após os organizadores do Miss Mundo terem descartado a possibilidade de cancelar o evento na Indonésia, centenas de muçulmanos radicais foram às ruas de Jacarta, nesta quinta-feira (5), para protestar contra a realização do tradicional concurso de beleza. Os manifestantes alegam que ele promove imoralidade.
Segundo o jornal Jakarta Post, membros do grupo Hizut Tahrir se concentraram perante o Ministério de Bem-estar Social para pedir ao governo para proibir o aquele que qualificaram como "evento obsceno e pornográfico".
As manifestações contra Miss Mundo, previsto para ser iniciado no próximo domingo (8) - e com a final marcada para o dia 28 de setembro -, foram iniciadas há poucos dias e, desde então, têm ganhado força no país.
Hary Tanoesoedibjo, chefe do grupo MNC, o organizador local e responsável pela transmissão do evento, defendeu a realização do concurso e assegurou que ele se mostra respeitoso em relação à cultura indonésia.
Com 240 milhões de habitantes, a Indonésia tem 88% de sua população ligada ao islã e onde o radicalismo religioso só tem crescido nos últimos anos. Os protestos dos radicais muçulmanos já causaram o fechamento da edição local da revista Playboy, mesmo com a publicação não incluindo nenhuma imagem de nudez em suas páginas.
No último mês de junho, a Suprema Corte absolveu Erwin Arnada, o ex-editor da revista na Indonésia, da acusação de indecência, pela qual tinha sido condenado a dois anos de prisão.