Morre Alberto Fujimori, ex-presidente do Peru condenado por crimes contra a humanidade

Político foi sentenciado a 25 anos de prisão por corrupção e como mandante dos massacres de Barrios Altos (1991) e La Cantuta (1992)

Alberto Fujimori morreu nesta quarta-feira (11), aos 86 anos | Reprodução
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O ex-presidente peruano Alberto Fujimori morreu nesta quarta-feira (11), aos 86 anos. A notícia foi divulgada por sua filha, Keiko Fujimori, que informou que o pai enfrentava um câncer. Em um comunicado assinado pelos quatro filhos de Fujimori, Keiko pediu orações e agradeceu pelo apoio recebido. Com informações do The Guardian.

QUEM FOI Alberto Fujimori

Fujimori, que governou o Peru por uma década, estava em estado crítico e recebia cuidados em casa, na residência de sua filha em Lima, desde sua liberação da prisão em dezembro de 2023. O médico pessoal de Fujimori, Alejandro Aguinaga, havia informado anteriormente que o ex-presidente estava “lutando pela vida” e pediu respeito pela privacidade da família.

Alberto Fujimori morreu nesta quarta-feira (11), aos 86 anos (Foto: Reprodução)

Recentemente, Fujimori havia revelado a presença de um tumor maligno na língua, além de ter sido diagnosticado com um tumor pulmonar em 2018. O ex-presidente deixa quatro filhos e cinco netos.

FIGURA CONTROVERSA

Durante seu governo, de 1990 a 2000, Fujimori foi uma figura controversa. Inicialmente elogiado por combater a hiperinflação e o crime organizado, seu mandato foi marcado por graves alegações de abusos de direitos humanos, corrupção e um autogolpe em 1992, quando fechou o Congresso. Também surgiram denúncias sobre manipulação de sua nacionalidade para se candidatar à presidência.

Após uma série de acusações, Fujimori fugiu para o Japão, de onde renunciou ao cargo por fax. Depois disso, ele retornou ao Peru e foi preso, sendo condenado em 2009 pela morte de 25 civis em massacres perpetrados pelo Exército peruano. Após ser liberado em 2017 devido a um perdão presidencial, sua condenação foi restabelecida pela Corte Interamericana de Justiça. Em 2023, foi novamente libertado por decisão do Tribunal Constitucional, após cumprir parte de sua sentença de 25 anos de prisão.

Em anos recentes, Fujimori havia anunciado planos para retomar sua carreira política, enquanto sua filha, Keiko Fujimori, havia disputado a presidência em três ocasiões, sendo derrotada nas eleições, a mais recente em 2021 para Pedro Castillo.

Keiko também enfrentou problemas legais, incluindo uma prisão preventiva relacionada a uma investigação de corrupção envolvendo a empresa brasileira Odebrecht, embora tenha negado as acusações. Ela foi proibida de deixar o país durante a investigação.

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