Milhares de civis fugiram de suas casas na cidade de Gaza neste domingo (13) depois que Israel advertiu-os a deixar o local antes de ameaças de ataques em locais de lançamentos de foguetes, no sexto dia da ofensiva que autoridades palestinas disseram já ter matado pelo menos 160 pessoas.
Militantes do Hamas na faixa de Gaza mantiveram foguetes no Estado judeu e a pior crise de derramamento de sangue entre Israel-Palestina em dois anos não mostrou sinais de enfraquecimento. Enquanto isso, autoridades de relações exteriores ocidentais em reunião hoje disseram que um cessar-fogo era uma prioridade urgente.
As forças israelenses lançaram panfletos na cidade de Beit Lahiya, perto da fronteira do norte de Gaza com Israel. Nos panfletos, estava escrito: "Aqueles que não cumprirem as instruções para sair imediatamente colocarão em risco suas vidas e as vidas de suas famílias. Cuidado".
O exército israelense disse aos moradores de três dos dez bairros de Beit Lahiya para saírem da cidade de 70 mil pessoas até o meio dia de domingo. Funcionários da ONU (Organização das Nações Unidas) disseram que cerca de 4.000 pessoas fugiram para o sul para oito escolas administradas pelo organismo internacional na Cidade de Gaza.
Um oficial militar israelense, em uma entrevista por telefone a jornalistas estrangeiros, disse que Israel iria "atacar com força" na área de Beit Lahiya a partir do final da tarde de domingo.
"O inimigo construiu infraestrutura de foguete no meio das casas [em Beit Lahiya]", disse o oficial. "Ele quer me forçar a um ataque e a ferir civis".
Nas escolas administradas pela Agência das Nações Unidas de Socorro e Trabalho na Cidade de Gaza, os moradores de Beit Lahiya chegaram em carroças cheias de crianças, malas e colchões, enquanto outros vieram de carro ou táxi. Um homem, ainda de pijama, disse que alguns moradores tinham recebido telefonemas advertindo-os para sair.
"O que poderíamos fazer? Tivemos que correr para salvar as vidas de nossos filhos", disse Salem Abu Halima, 25 anos, pai de dois filhos.
O Ministério do Interior de Gaza, em um comunicado na rádio do Hamas, rejeitou as advertências israelenses como "guerra psicológica" e instruiu aqueles que deixaram suas casas a retornarem e a outros que deixem suas casas.