Michael Jackson pode ter engolido oito comprimidos adicionais do sedativo lorazepam na manhã em que morreu, em 2009, disse em depoimento nesta sexta-feira uma testemunha perita. O doutor Paul White, previsto para ser a última testemunha da defesa no julgamento por homicídio involuntário do médico do cantor, doutor Conrad Murray, criticou as teorias da acusação sobre o que aconteceu nas horas antes de Jackson ser encontrado sem vida em sua cama.
As autoridades concluíram que Jackson morreu em 25 de junho de overdose do anestésico propofol, com lorazepam contribuindo para a morte. Murray admitiu ter dado a Jackson propofol e duas injeções de dois miligramas cada de lorazepam para ajudá-lo a dormir. Mas a autópsia detectou no corpo de Jackson níveis mais altos de lorazepam.
Usando modelos matemáticos para explicar os efeitos de doses diferentes de drogas, White disse que Jackson pode ter engolido oito outros comprimidos de lorazepam durante uma longa noite insone, elevando o nível da droga em seu sangue ao nível constatado na autópsia. "O fato de haver uma quantidade mesmo minúscula de lorazepam livre (no estômago) é consistente com a teoria de que ele tomou o lorazepam por via oral", disse White.
O perito criticou o cenário proposto na semana passada por um perito da acusação, segundo o qual Murray pode ter aplicado em Jackson muito mais injeções do sedativo do que admitiu à polícia. White disse que doses tão altas teriam levado o paciente a perder a consciência rapidamente.
"Não posso imaginar ninguém sentado ao lado da cama injetando repetidas e grandes doses de lorazepam em alguém", disse White. A expectativa era de que White falasse ainda nesta sexta-feira sobre a alegação central dos advogados de Murray: que Jackson teria tomado uma dose extra e fatal de propofol sem o conhecimento de Murray.
White disse ao júri na quinta-feira que parece incomum que Jackson tivesse morrido da dose relativamente pequena de 25 miligramas de propofol que Murray disse à polícia ter injetado no popstar. Murray nega ter cometido homicídio involuntário, mas, se for condenado, pode ser sentenciado a até quatro anos de prisão. A expectativa é de que a defesa encerre seus argumentos no início da próxima semana, sem Murray ser chamado para depor.