Os mergulhadores que trabalham no resgate das vítimas do naufrágio que ocorreu na semana passada na Coreia do Sul estão encontrando cabines cheias de corpos dos passageiros, mas enfrentam dificuldades para recuperá-los, informou a rede de TV americana ?CNN? nesta sexta-feira (25).
Segundo autoridades sul-coreanas, mergulhadores encontraram os corpos de 48 meninas que usavam coletes salva-vidas em uma cabine com capacidade para 30 pessoas, indicando que muitas vítimas foram para o mesmo local quando a balsa começou a virar.
O número de mortos confirmados na tragédia é de 185, segundo a Guarda Costeira sul-coreana. Há 117 desaparecidos.
A balsa naufragou na quarta-feira passada, após fazer uma curva repentina e adernar, no trajeto entre a cidade portuária de Incheon e a ilha turística de Jeju. Na quarta-feira, o número confirmado de mortes chegava a 150, sendo que muitas vítimas foram achadas na popa do navio.
O capitão da embarcação, Lee Joon-seok, de 69 anos, e outros tripulantes foram detidos sob suspeita de negligência.
Paralelamente, promotores que investigam o acidente fizeram buscas na casa de Yoo Byung-un, chefe da família proprietária da empresa Chonghaejin Marine, que operava a balsa Sewol.
Houve buscas também na casa do filho de Yoo e no escritório de uma igreja à qual ele é ligado, segundo um promotor que pediu anonimato.
As finanças da empresa Chonghaejin são alvo de suspeitas nos últimos dias, mas não está clara qual é a relevância das ações dos promotores. Yoo já passou quatro anos preso por fraude, na década de 1990.
Num gesto raro, a reclusa Coreia do Norte - que rotineiramente ameaça destruir a vizinha Coreia do Sul - enviou uma mensagem de solidariedade. Os dois países estão tecnicamente em guerra desde 1950.
"Expressamos condolências pelos desaparecidos e mortos, inclusive jovens estudantes, pelo naufrágio da Sewol", disse a mensagem, divulgada pelo ministério sul-coreano da Unificação.