Nesta semana, Zahra foi enterrada em Cabul, no Afeganistão. A menina foi morta aos 14 anos, pela família do marido. A razão para o crime foi que a adolescente se negou a trabalhar em campos de ópio, porque estava grávida. A adolescente foi "negociada" com a família da esposa mais jovem do seu pai. Como os dois se casaram contra a vontade da família da mulher, Zahra foi entregue à família da mulher para "resolver" a disputa.
Desde que se casou com o filho do cunhado do pai, aos 13 anos - em uma prática ilegal chamada Baad, que envolve a "troca" de mulheres para solucionar disputas entre a família - a jovem era vítima de violência doméstica.
"Ninguém prestou atenção nela, mesmo quando ela foi esfaqueada, espancada e ameaçada", disse o pai da jovem aos repórteres. Ao ser questionado sobre o fato de ter cometido um crime, ao forçar a adolescente a se casar, ele respondeu, com frieza. "Se eu cometi um crime ou não, isso não vai trazê-la de volta".
"Ela estava grávida, mas perdeu a criança quando foi queimada. Nós testemunhamos dois assassinatos, e dois crimes", disse o ativista Baqi Samandar. Segundo veículos de imprensa locais, ela foi queimada viva e torturada.
Boa parte família do seu marido, responsável pelo crime, está foragida. Segundo a agência Rawa, o sogro da adolescente foi preso. A adolescente teve 90% do seu corpo queimado. "Exceto pela sola dos pés, todo o corpo de Zahra foi queimado", disse Saber Nasib, médico da equipe que atendeu a menina em Cabul.
De acordo com a Comissão Independente de Direitos Humanos do Afeganistão, no último ano o número de denúncias de violência contra a mulher subiu 7,32%, totalizando 2.403 casos reportados. Muitos crimes, no entanto, não são comunicados à polícia.