A Rússia realizou neste domingo (07/09) o maior ataque aéreo desde o início da guerra contra Kiev, capital da Ucrânia. Segundo autoridades locais, 805 drones e 13 mísseis de diferentes tipos foram lançados, provocando destruição em áreas residenciais e em prédios governamentais. Pelo menos duas pessoas morreram, entre elas um bebê de três meses e sua mãe, retirados dos escombros por equipes de resgate.
Pela primeira vez, um edifício que abriga gabinetes do alto escalão do governo ucraniano foi atingido. O prédio, localizado no distrito histórico de Pechersky, foi tomado por fumaça após a ofensiva. Ainda não está claro se o local foi bombardeado diretamente ou se sofreu danos devido a destroços de ataques próximos.
O presidente Volodymyr Zelensky classificou o ataque como “um crime deliberado e um prolongamento da guerra” e voltou a pedir reforço às defesas aéreas da Ucrânia. Já a primeira-ministra, Yulia Svyrydenko, reforçou que as vidas ceifadas foram as maiores perdas. "Vamos restaurar os prédios, mas vidas perdidas não podem ser recuperadas. O mundo precisa responder não apenas com palavras, mas com ações”, declarou em mensagem no Telegram.
Destruição em várias regiões
Segundo o Ministério do Interior, mais de 20 pessoas ficaram feridas e os alertas aéreos em Kiev e arredores duraram mais de 11 horas. Além da capital, cidades como Zaporizhzhia, Kryvyi Rih e Odesa, e as regiões de Sumy e Chernihiv, também foram atingidas.
A Força Aérea ucraniana informou ter abatido 747 drones e quatro mísseis, mas admitiu que houve nove impactos de mísseis e 56 ataques de drones em 37 localidades, oito delas com destroços caindo em áreas civis.
O Ministério da Defesa da Rússia confirmou o ataque e afirmou que os alvos foram fábricas de armamentos, infraestrutura de transporte usada pelo Exército ucraniano, arsenais, depósitos, fábricas de drones e aeródromos. Moscou também alegou ter destruído estações de radar e locais de concentração de soldados ucranianos e mercenários estrangeiros.