O anúncio de tarifas recíprocas pelo presidente Donald Trump nesta quarta-feira (2) desencadeou reações imediatas de líderes globais, com críticas de aliados e adversários dos EUA. A China exigiu a revogação das medidas e prometeu defender seus interesses, enquanto Austrália, Japão e União Europeia sinalizaram contramedidas, apesar de manterem abertas negociações com a Casa Branca.
Trump impôs uma tarifa base de 10% sobre todas as importações para os EUA, com taxas extras para países específicos: China (34%, totalizando 54%), Japão (24%), Coreia do Sul (25%), Taiwan (32%) e UE (20%). Aliados como Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia receberam a taxa mínima. O Canadá e o México foram poupados das novas tarifas, mas seguem sob medidas anteriores de até 25% devido a disputas fronteiriças.
A China classificou a decisão como uma violação do comércio multilateral, afirmando que "não há vencedores em guerras comerciais". Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, alertou que as consequências serão "terríveis para milhões" e que o bloco prepara medidas de proteção. O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, chamou as tarifas de "sem base lógica", destacando o risco a parcerias históricas.
Enquanto alguns países, como o Japão, avaliam retaliações, o México optou por não retaliar imediatamente, prometendo um "programa abrangente" nesta quinta (3). O Canadá, por sua vez, reforçou o compromisso de proteger seus trabalhadores e fortalecer sua economia.
A escalada tarifária ameaça cadeias globais de suprimentos e reacende temores de uma guerra comercial generalizada, num momento em que a economia mundial ainda se recupera de crises recentes. A pressão por diálogo cresce, mas a disposição de Trump para negociar permanece incerta.