Líder opositor russo é detido em protesto contra Putin em Moscou

Manifestação reuniu entre 10 mil e 25 mil pessoas

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O líder do movimento oposicionista russo Frente de Esquerda, Serguei Oudaltsov, e cerca de dez manifestantes foram detidos em um protesto da oposição a Vladimir Putin, realizado neste sábado (10) em Moscou, constataram jornalistas da AFP.

O movimento teve início às 13h locais (7h de Brasília) na avenida Novo Arbat, em pleno centro da capital. A Prefeitura havia autorizado 50 mil pessoas e mais de 2.500 policiais tinham sido mobilizados para o ato. Segundo diferentes fontes, a manifestação reuniu entre 10 mil e 25 mil pessoas.

O objetivo da manifestação é denunciar fraudes na eleição presidencial vencida por Vladimir Putin, com 63,6% dos votos, segundo os organizadores.

A oposição a Putin -- uma coalizão de movimentos políticos, sociais e de associações-- conseguiu reunir em várias oportunidades dezenas de milhares de pessoas desde o começo do movimento de contestação depois das polêmicas eleições legislativas de 4 de dezembro passado, vencidas pelo partido Rússia Unida, de Putin.

Em 5 de março, um dias depois da eleição presidencial, a oposição reuniu cerca de 20 mil pessoas, segundo os organizadores (14 mil de acordo com a polícia).

"Devemos preservar os vínculos que estabelecemos durante as eleições e mostrar às autoridades que ainda estamos aqui", indicou um internauta na página do Facebook dedicada a esta manifestação.

Para ele, "é uma questão de sobrevivência".

"É preciso estabelecer um programa para o futuro e parar de criticar o passado", escreveu em sua conta no Twitter Ksenia Sobchak, uma conhecida jornalista da televisão russa, que deve discursar durante a manifestação.

Depois de quatro grandes manifestações que reuniram dezenas de milhares de pessoas, este movimento heterogêneo enfrenta o desafio do futuro, em um contexto de divisões internas.

Segundo o analista Andrei Kolesnikov, adversário do atual governo, "as mudanças não serão rápidas. É preciso realizar um trabalho importante, sobretudo para criar novos partidos políticos, embora as eleições tenham sido fraudulentas", escreveu ele no diário opositor Novaia Gazeta.

Vladimir Putin tomará posse no Kremlin no início de maio depois de ter sido chefe de Estado em duas oportunidades, de 2000 a 2008.

O ex-agente da KGB (serviço de inteligência soviético) deixou depois seu posto para Dmitri Medvedev e assumiu o cargo de primeiro-ministro, pois a Constituição o impedia de se candidatar a um terceiro mandato consecutivo como presidente.

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