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Líder do Irã ameaça EUA e promete resposta a possível ataque americano

Aiatolá Khamenei diz que agressão dos EUA terá “consequências irreparáveis” e aumenta tensão no 6º dia de conflito com Israel

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei | Foto: Reuters
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O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, afirmou nesta quarta-feira (18) que qualquer ataque direto dos Estados Unidos ao território iraniano resultará em "consequências sérias e irreparáveis". Em pronunciamento transmitido pela TV estatal, o líder reforçou que o país não se renderá às pressões americanas e criticou o tom adotado pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Khamenei respondeu diretamente à exigência feita por Trump na terça-feira (17), que pediu uma “rendição incondicional” do Irã diante da escalada de violência com Israel. “Os iranianos não respondem bem à linguagem da ameaça”, afirmou o líder religioso.

Conflito avança e mortes aumentam

O confronto direto entre Irã e Israel chegou ao sexto dia nesta quarta, com novos bombardeios e declarações que aumentam a tensão global. Desde a última sexta-feira (13), 248 pessoas morreram, 224 no Irã e 24 em Israel, de acordo com números divulgados por autoridades locais. Entidades independentes alertam que o número real pode ser ainda maior.

Na madrugada da terça (17), forças israelenses anunciaram a morte do comandante iraniano Ali Shadmani em um bombardeio. Horas depois, mísseis disparados do Irã atingiram regiões próximas a Tel Aviv, segundo o exército israelense.

Explosões também foram registradas nas cidades de Teerã e Karaj, e moradores relataram orientações de evacuação em regiões estratégicas. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, afirmou que qualquer intervenção americana pode desencadear uma “guerra total” no Oriente Médio.

Trump pressiona e convoca aliados

Na terça, Trump abandonou a cúpula do G7 antes do previsto para retornar a Washington. Em suas redes sociais, elevou o tom contra o Irã, dizendo que “sabia onde o chamado ‘Líder Supremo’ está se escondendo”, mas negou planos imediatos para sua eliminação: “Não vamos matá-lo... por enquanto”. Pouco depois, escreveu: “Rendição incondicional!”

O presidente norte-americano se reuniu com o Conselho de Segurança Nacional por 90 minutos para discutir os próximos passos no conflito. Embora os EUA ainda não tenham realizado ações ofensivas diretas, autoridades confirmaram o envio de mais aeronaves de combate à região e a permanência prolongada de equipamentos militares no Oriente Médio.

Segundo fontes da Casa Branca, Trump também conversou com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reforçando a aliança entre os dois países. O republicano, que busca a reeleição, afirmou que os desdobramentos vão “muito além de um cessar-fogo”.

Riscos de uma guerra regional

Especialistas alertam que uma eventual ofensiva militar dos EUA no Irã pode ter impacto devastador e levar a uma guerra em larga escala. O Irã já ameaçou retaliar com ataques a bases americanas na região, o que colocaria outros países do Oriente Médio no centro do conflito.

Apesar da retórica agressiva, o Irã sinalizou abertura para uma saída diplomática. O porta-voz Baghaei disse que “uma solução negociada ainda é possível, desde que respeitem a soberania iraniana”.

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