Líder de estupro que causou indignação é encontrado morto

Singh foi encontrado enforcado em sua cela por um dos guardas.

Mãe chora morte de filho acusado de estupro coletivo. | EFE
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Identificado como Ram Singh, o líder do estupro e assassinato em grupo de uma jovem - um caso que comoveu a Índia - foi encontrado morto nesta segunda-feira em sua cela, informou a policia local.

Segundo a fonte, o aparente caso de suicídio de Ram Singh ocorreu por volta das 20h30 (de Brasília) de ontem, na cela número três da prisão de Tihar, situada na capital indiana. "Uma investigação do fato já foi ordenada para apurar como o suicídio de Ram Singh ocorreu na prisão de segurança máxima de Tihar", disse à agência "Ians" um alto funcionário do centro penitenciário, G. Sudharkar.

Singh foi encontrado enforcado em sua cela por um dos guardas, que veio buscá-lo para levá-lo ao tribunal de Saket, no sul de Nova Délhi, onde seria julgado junto com outros quatro acusados. Fontes da prisão revelaram à agência "PTI" que Singh não estava sozinho e que havia mais dois presos em sua cela, sendo que um guarda o vigiava devido a sua predisposição em cometer suicídio.

"O réu usou sua própria roupa como corda, a qual foi atada em uma grade presa ao teto", acrescentaram as fontes. O corpo de Singh foi transferido para o hospital de Deen Dayal Updhyay, onde será realizada a necropsia. Apesar dos indícios apontarem, o advogado de Singh, V.K. Anand, afirmou não ter certeza de que se trata de um caso de suicídio e afirmou à televisão local que seu cliente estava satisfeito pelo modo no qual se desenvolvia seu julgamento, ou seja, não teria nenhum motivo para se suicidar. Em declarações posteriores, Anand foi mais explícito e sentenciou que a morte de seu cliente deveria ser tratada como um caso de "assassinato".

Ram Singh era o líder do grupo que no último dia 16 de dezembro estuprou e torturou durante 40 minutos uma estudante de fisioterapia de 23 anos em um ônibus em Nova Délhi. A jovem morreu dias depois por causa dos graves ferimentos. O caso gerou uma onda de indignação em todo o país, onde ocorreram manifestações diárias reivindicando mais segurança às mulheres e pena de morte aos acusados, que estão sendo processados. Um irmão da jovem, que não foi identificado, afirmou à agência "Ians" que Singh "deveria ter sido enforcado em público" e evidenciou seu desejo de que "o julgamento dos outros acusados termine o mais rápido possível, (...) pois deveriam ser condenados a morte".

A ministra de Desenvolvimento da Mulher e da Criança da Índia, Krishna Tirath, não teve uma reação diferente ao saber da morte de Singh. Isso porque, Krishna ressaltou que existia "um processo de pena de morte contra ele" e que "seria melhor que ele tivesse sido julgado".

Os acusados pelo crime, que se declararam inocentes, são, além do falecido líder do grupo, seu irmão Mukesh, o vendedor de frutas Pawan Gupta, o instrutor de ginástica Vinay Sharma, e o limpador de carros Akshay Thakur. Estas cinco pessoas se encontram detidas desde dezembro na prisão de Tihar, enquanto um sexto acusado está sendo julgado em um tribunal de menores por ter 17 anos de idade.

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