O premiê interino da Líbia, Mahmoud Jibril, disse que pretende renunciar ainda neste sábado (22), dentro do plano para a criação de um governo de transição no país no pós-Kadhafi. O ditador Muammar Kadhafi morreu na quinta-feira, durante ataque a um comboio que tentava fugir da cidade de Sirte.
O Conselho Nacional de Transição (CNT, governo interino) deve declarar o país "livre" formalmente de Kadhafi no domingo, após oito meses de sangrenta guerra civil que acabaram derrubando o ditador.
Questionado na Jordânia, em encontro do Fórum Econômico Internacional, se pretendia renunciar, Jibril disse que "ainda hoje". Mais cedo, ele havia anunciado que país terá eleições legislativas em oito meses. Um conselho será eleito para esboçar uma nova constituição e formar um governo interino.
Por enquanto, segundo ele, a prioridade é remover armas das ruas do país e restaurar a estabilidade e a ordem, disse. "A primeira eleição deve ocorrer no máximo em oito meses, para constituir um congresso nacional da Líbia, algum tipo de parlamento", disse.
"Esse congresso nacional teria duas tarefas: esboçar uma constituição, sobre a qual teríamos um referendo, e depois formam um governo interino que duraria até a primeira eleição presidencial.
Dois dias após a morte de Kadhafi, os ex-rebeldes reunidos no Conselho Nacional de Transição (CNT, atual governo provisório líbio) tentam reorganizar a Líbia. Ao mesmo tempo, crescem as dúvidas sobre as circunstâncias em que o ex-ditador morreu.
Ainda não está definido, também, como será o enterro de Kadhafi.
Um chefe militar do CNT na cidade deMisrata, onde o corpo segue exposto em uma câmera frigorífica em um antigo centro comercial, disse neste sábado que não vai ser feita autópsia do cadáver. "Não haverá autópsia nem hoje nem em outro dia", disse Fathi Bachagha, porta-voz do conselho militar na cidade.
"Ninguém abrirá o corpo."
O corpo de Muatassim, filho de Kadhafi também morto em Sirte, foi levado para o mesmo local em que está o cadáver do paí.