Em uma nova onda de proibições a manifestações na Rússia, a justiça de Moscou proibiu nesta quinta-feira as marchas de orgulho gay pelos próximos 100 anos, decisão que a comunidade homossexual do país já afirmou que irá recorrer no Tribunal de Direitos Humanos em Estrasburgo. O tribunal municipal de Moscou negou uma apelação de Nikolái Alexéyev, ativista e um dos líderes de grupos homossexuais no país, confirmando a legalidade de uma disposição anterior da prefeitura, que proibia as paradas gays até 2112. A lei havia entrado em vigor em cinco regiões da Rússia.
?Sempre nos dizem que não, mas em Estrasburgo estas manifestações são ilegais. O tempo passa e seguiremos pedindo autorização para novas ações, ainda que nos neguem. Desta vez decidimos recorrer em Estrasburgo contra a proibição de futuras marchas?, disse Alexéyev, de acordo com agências locais.
Na última quarta-feira, a Câmara alta do Parlamento russo aprovou um projeto de lei que aumenta em 150 vezes a multa para quem participa de protestos não autorizados. Na terça-feira, em uma votação sem precedentes, os votos do Rússia Unida ? partido do presidente Vladimir Putin que tem a maioria na Câmara ? tornaram a aprovação na Câmara baixa possível, mesmo com todos esforços dos opositores. Agora, o projeto precisa apenas da assinatura de Putin para entrar em vigor.
Segundo Alexéyev, a prefeitura de Moscou negou no começo do ano uma solicitação para organizar 102 paradas entre 2012 e 2112. ?Utilizamos uma brecha na legislação que não estabelece um prazo máximo na hora de realizar acordos sobre manifestações?. No começo de maio, o ativista russo foi condenado por fazer ?propaganda gay?.
Também no último dia 27 de maio, a tentativa de organizar uma parada gay em Moscou foi frustrada por forte ação policial. Religiosos também se concentraram no centro da capital russa para impedir que os ativistas LGBT protestassem contra o projeto de lei anti propaganda gay que está sendo discutido em Moscou.
Varias cidades russas aprovaram este ano leis contra a propaganda homossexual. De acordo com uma pesquisa do Centro Levada, 74% dos russos acreditam que os gays e lésbicas sofrem problemas mentais. Menos da metade dos russos acredita que os homossexuais devem ter os mesmos direitos que os homossexuais.
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