A Justiça da Argentina decidiu, nesta quinta-feira (29), anular o julgamento dos profissionais de saúde acusados de envolvimento na morte do ex-jogador Diego Maradona.
A decisão foi motivada pela revelação de que a juíza responsável pelo caso, Julieta Makintach, participou de um documentário não autorizado sobre o processo. Um trailer da série, intitulada Justicia Divina, foi divulgado recentemente e mostra a juíza entrando na sala do tribunal. Além disso, roteiros do projeto foram apresentados durante uma audiência nesta semana, conforme informou a agência AFP.
Makintach declarou que o material era bruto e fazia parte de uma entrevista informal concedida a um amigo. Ainda assim, tanto a Promotoria quanto os advogados das partes envolvidas — inclusive a maioria da defesa — solicitaram a anulação do julgamento.
Quem eram os réus
Sete profissionais de saúde estavam no banco dos réus, acusados de negligência médica e respondendo por homicídio simples com dolo eventual. Um laudo médico independente, divulgado em 2021, apontou que Maradona teria morrido "abandonado à própria sorte".
Entre os acusados estavam o neurocirurgião Leopoldo Luque — médico pessoal de Maradona —, além de um clínico geral, uma psiquiatra, um psicólogo, uma coordenadora do plano de saúde, um coordenador de enfermagem e um enfermeiro. Todos negam envolvimento e alegam inocência.
As penas, em caso de condenação, poderiam variar de 8 a 25 anos de prisão. Uma oitava profissional, também enfermeira, responde separadamente, e ainda não foi confirmado se a anulação afeta seu julgamento.