Jovem de 18 anos suspeito de ataque a revista em Paris se entrega à polícia após ver nome na web

Agnès Thibault-Lecuivre, porta-voz da Promotoria de Paris, confirmou ao jornal “The New York Times” que o suspeito havia se entregado e que fora colocado sob custódia.

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O mais jovem dos três suspeitos de um ataque à sede do jornal satírico "Charlie Hebdo", Hamyd Mourad, 18, entregou-se na noite desta quarta-feira (7) voluntariamente à polícia e alegou ser inocente.

Agnès Thibault-Lecuivre, porta-voz da Promotoria de Paris, confirmou ao jornal "The New York Times" que o suspeito havia se entregado e que fora colocado sob custódia. Ele teria ido voluntariamente até o posto policial de Charleville-Mézières, a cerca de 230 km de Paris (perto da fronteira com a Bélgica), depois de ver seu nome na lista de suspeitos, juntamente com os irmãos Said Kouachi, 34, e Cherif Kouachi, 32.

Mourad afirmou ter um álibi e que estava em uma escola no momento do ataque, fato que estaria sendo investigado pela polícia. A emissora BFM TV, citando fontes não identificadas, disse que o jovem decidiu se entregar após ver seu nome nas redes sociais.



A TV disse que outras prisões foram feitas em círculos ligados aos dois irmãos.

Irmãos Kouachi estão foragidos

A polícia francesa divulgou um aviso para a população com as identidades de Said e Cherif Kouachi e alertou que os irmãos "podem estar armados e são perigosos". Junto com seus nomes também foram divulgadas suas fotografias para facilitar sua localização. As autoridades pedem que a população colabore com qualquer informação que possa levar ao paradeiro dos criminosos.

De acordo com a revista "Le Point", os irmãos, nascidos em Paris, retornaram da Síria no último verão europeu. O mais novo deles, Cherif, foi condenado a três anos de prisão em 2008, dos quais cumpriu 18 meses até sair em liberdade condicional, por ter participado de uma rede de recrutamento de jihadistas franceses para combate no Iraque.

Chamada de "Rede dos Montes Chaumont", ela foi desmantelada há três anos e reunia parisienses que eram mantidos sob vigilância pelas autoridades do país pela intenção de planejarem atentados. Cherif teria sido preso quando se preparava para viajar e se juntar aos jihadistas. Ainda segundo a revista, nos últimos anos, os irmãos teriam se empenhado a despistar os serviços de inteligência e permaneceram escondidos na comuna de Reims, no nordeste da França.

Revista fez caricatura de Maomé

Os dois atiradores invadiram o prédio da revista, rendendo dois funcionários de manutenção, que foram assassinados em seguida. Na sequência, eles invadiram uma reunião, que ocorria no segundo andar do prédio, e abriram fogo. Entre os doze mortos estão oito jornalistas, um convidado e um policial que fazia a segurança do local. A revista semanal já publicou ilustrações satíricas sobre líderes muçulmanos e foi ameaçada por divulgar caricaturas de Maomé há três anos, tendo inclusive sua sede incendiada na época.

Uma sobrevivente, a cartunista Corinne "Coco" Rey, disse ao jornal "L'Humanité" que foi obrigada por dois homens a deixá-los entrar no prédio e que eles falavam "francês perfeito". Entre as vítimas do ataque estão o diretor e chargista Charb (Stéphane Charbonnier) e outros quatro desenhistas: Georgers Wolinski, Cabu (Jean Cabut), Philippe Honoré e Tignous (Bernard Verlhac). Além deles, morreram o economista Bernard Maris, o revisor Moustapha Ourrad, o cronista Michel Renaud e o jornalista Philippe Lançon. (Com agências internacionais)

 

 







 

 


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