Antes de ser informado sobre os seus direitos constitucionais ainda no leito do hospital, Dzhokhar Tsarnaev disse às autoridades que ele havia sido recrutado pelo seu irmão mais velho Tamerlan para participar dos ataques à Maratona de Boston, que deixaram três mortos e mais de 280 feridos.
De acordo com as autoridades americanas, Tamerlan havia sido incluído no banco de dados de terrorismo dos Estados Unidos há 18 meses a pedido da CIA. O FBI já tinha investigado o acusado, mas não tinha encontrado nenhuma evidência de ameaça.
Tamerlan foi morto durante uma perseguição policial na semana passada. Seu irmão Dzhokhar, 19 anos, está sob custódia e já foi acusado formalmente de conspirar contra os Estados Unidos usando armas de destruição em massa.
A revelação de que a CIA pediu que Tamerlan fosse vigiado deve nortear as investigações no Congresso nas próximas semanas sobre os alertas da Rússia à administração do presidente Barack Obama de que o acusado, de etnia chechena, representava uma ameaça. Logo após os atentados, a inteligência americana afirmou que não tinha informações sobre ameaças à maratona.
Washington está reunindo informações sobre o que aconteceu e se houve pontos desconexos enterrados nos arquivos do governo dos Estados Unidos que, se tivessem conectados, poderiam ter evitado os atentados. Os parlamentares que se reuniram com o FBI disseram que têm mais perguntas do que respostas sobre as investigações dos irmãos Tsarnaev.
Os senadores afirmaram após uma reunião a portas fechadas com dirigentes do FBI que o próprio órgão foi alertado ?múltiplas vezes? pela Rússia sobre as conexões do irmão mais velho com extremistas. O FBI, porém, não teria se convencido de que Tamerlan era um perigo e deixou de monitorá-lo. Em busca de desvendar as incógnitas dos atentados, uma delegação da Embaixada americana em Moscou foi ao Daguestão para interrogar a família dos acusados.