Os ataques lançados por Israel na manhã desta sexta-feira (14) — noite de quinta-feira no Brasil — representaram um duro golpe contra o comando militar e a elite política e científica do Irã. De acordo com autoridades locais e a mídia estatal iraniana, pelo menos três generais, um político de alto escalão e seis cientistas nucleares morreram nos bombardeios. Israel, por sua vez, afirmou neste sábado que o total de mortos chega a nove.
A ofensiva, que atingiu múltiplos alvos estratégicos, é considerada uma das mais incisivas já realizadas por Israel em território iraniano.
KHAMENEI AGE RÁPIDO PARA CONTER CRISE
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, agiu prontamente para substituir os líderes militares mortos, em uma tentativa de projetar estabilidade interna e evitar um vácuo de poder em um momento delicado. As substituições foram divulgadas pela agência estatal iraniana IRNA.
Apesar da confirmação de algumas mortes por parte do Irã, Israel alega que também teria eliminado outro general de alto escalão ainda não reconhecido oficialmente por Teerã: Esmail Qaani, chefe da Força Quds — unidade de elite da Guarda Revolucionária responsável por operações externas e ligações com grupos como Hamas, Hezbollah e Houthis.
LIDERANÇAS MILITARES MORTAS
Major-general Mohammad Bagheri: Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e considerado o segundo nome mais poderoso do aparato militar, atrás apenas de Khamenei. Foi substituído por major-general Abdolrahim Mousavi.
Foto: AFPGeneral Hossein Salami: Comandante-chefe da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), força de elite que protege o regime. Substituído pelo general Mohammad Pakpour.
General Gholam Ali Rashid: Comandante sênior da IRGC, conhecido por seu papel estratégico no comando central.
Foto:Hamed Malekpour/Wikimedia CommonsGeneral Amir Ali Hajizadeh: Líder da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária, responsável pelos programas de mísseis do Irã.
General Esmail Qaani (não confirmado por Teerã): Comandante da Força Quds, unidade envolvida em operações no exterior. Morte foi afirmada por fontes israelenses e policiais ouvidos pelo New York Times.
POLÍTICO DE ALTO ESCALÃO TAMBÉM FOI ALVO
Ali Shamkhani: Um dos nomes mais influentes da política iraniana e conselheiro próximo de Khamenei. Atuava como articulador nas negociações nucleares com os EUA, dentro de um comitê designado pelo líder supremo. Sua morte foi confirmada por três autoridades iranianas e pela imprensa local.
CIENTISTAS NUCLEARES EXECUTADOS
Fereydoon Abbasi-Davani: Ex-presidente da Organização de Energia Atômica do Irã e figura central no desenvolvimento do programa nuclear.
Mohammad Mehdi Tehranchi: Físico teórico e reitor da Universidade Islâmica Azad, em Teerã. Era responsável por pesquisas aplicadas ao avanço científico e tecnológico do programa nuclear iraniano.
Outros quatro cientistas cujos nomes ainda não foram divulgados também teriam sido mortos na ofensiva, segundo fontes iranianas.
ISRAEL MANTÉM SILÊNCIO SOBRE DETALHES DA OPERAÇÃO
Embora tenha confirmado a morte de altos comandantes, Israel não comentou oficialmente os detalhes da ação nem revelou os meios utilizados. O Irã, por sua vez, suspendeu todos os voos domésticos e internacionais e reforçou a segurança nas principais cidades e bases militares.
Em meio à tensão crescente, embaixadas israelenses ao redor do mundo foram temporariamente fechadas como medida preventiva. A situação permanece volátil.