Nesta sexta-feira (27), Israel executou um ataque aéreo em Beirute, capital do Líbano, marcando o maior bombardeio israelense desde o início do conflito com o Hezbollah, segundo a agência Reuters. O ataque gerou uma densa nuvem de fumaça sobre a cidade.
Diversas explosões ocorreram no sul de Beirute, pouco depois do discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral da ONU. Imagens compartilhadas em redes sociais mostram a intensidade do ataque, com vários edifícios danificados.
DETALHES DO ATAQUE
As Forças Armadas de Israel descreveram a operação como um "ataque de precisão" ao quartel-general do Hezbollah, localizado em Dahieh, Beirute, entre prédios residenciais, uma tática que Israel alega ser usada pelo grupo extremista para proteger seus líderes.
Fontes da Reuters indicam que o alvo principal do ataque era Hassan Nasrallah, o chefe do Hezbollah. Autoridades israelenses relataram que altos funcionários do grupo estavam presentes na sede durante o bombardeio. Até o momento, o Hezbollah não confirmou o estado de Nasrallah, embora uma fonte próxima ao grupo tenha afirmado que ele não foi atingido.
REAÇÕES AO BOMBARDEIO
Em uma declaração inicial, o Hezbollah não mencionou Nasrallah, mas condenou o ataque israelense, que teria afetado prédios residenciais. O grupo criticou a comunidade internacional por, segundo eles, permitir que Netanyahu disseminasse mentiras e ameaças.
Após o ataque, novas explosões foram relatadas em Beirute. O Exército israelense afirmou que os bombardeios tinham como alvo armamentos do Hezbollah escondidos em áreas residenciais. O porta-voz militar pediu a evacuação de moradores em prédios da área atingida.
CONSEQUÊNCIAS E REPERCUSSÕES
De acordo com autoridades israelenses, o objetivo do bombardeio era eliminar metade das capacidades de mísseis do Hezbollah. O governo do Irã, que apoia o grupo, descreveu o ataque como um "crime" que merece uma resposta apropriada.
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, criticou Israel por ignorar os apelos internacionais por um cessar-fogo. Desde o início da escalada do conflito, mais de 700 pessoas já perderam a vida.
O governo dos EUA não foi informado previamente sobre o ataque, de acordo com o secretário de Defesa, Lloyd Austin.
ESCALADA DA VIOLÊNCIA
A recente troca de ataques entre Israel e o Hezbollah intensificou-se após explosões que se atribuem a membros do grupo. A Acnur, agência da ONU, reportou que mais de 30 mil pessoas fugiram para a Síria nas últimas 72 horas, um êxodo sem precedentes desde a guerra de 2006.
O Itamaraty está em contato com brasileiros que residem no Líbano para discutir possíveis repatriações, dado que há cerca de 21 mil cidadãos brasileiros no país.
MAIS DE 700 MORTOS
Na manhã desta sexta-feira, um bombardeio em Shebaa resultou na morte de nove membros de uma mesma família, incluindo quatro crianças. Em resposta, o Hezbollah lançou mísseis contra Haifa, em Israel, aumentando ainda mais as tensões entre as duas partes.
O primeiro-ministro Netanyahu rejeitou propostas de cessar-fogo e a situação permanece crítica. As forças israelenses também relataram a morte de soldados sírios em bombardeios na fronteira com a Síria.
Com informações do g1