Irmão do presidente do Afeganistão é morto dentro de casa; segurança é suspeito

Ele era considerado um dos principais responsáveis pela proliferação do tráfico de ópio no país.

Ahmad Wali Karzai | Divulgação
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Ahmad Wali Karzai, irmão do presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, e um dos homens mais poderosos no sul do país em guerra, foi morto dentro de sua casa nesta terça-feira (12), informaram as autoridades locais.

?Confirmo que Ahmad Wali foi morto dentro de sua casa?, disse Zalmay Ayoubi, porta-voz do governador da província de Kandahar, onde Ahmad Wali Karzai viveu e foi chefe do conselho provincial.

Abdul Ghafar Sayedzada, chefe do departamento antiterrorismo do Ministério do Interior afegão, disse acreditar que o assassinato foi "provavelmente" trabalho de alguém do círculo íntimo da vítima. Um dos suspeitos é um segurança. ?Parece que Ahmad Wali Karzai foi morto por um de seus guarda-costas. Não havia ninguém de fora envolvido?, disse Abdul Ghafar Sayedzada.

Os talibãs, porém, reivindicaram o assassinato e afirmaram que este foi um de seus "maiores êxitos" em quase uma década de guerra. Um porta-voz talibã, Yusuf Ahmadi, declarou que o grupo extremista havia planejado recentemente o assassinato de Ahmed Wali Karza.

"É um de nossos maiores êxitos desde que começou a ofensiva (da primavera (hemisfério norte)). Recentemente havíamos encomendado a Sardar Mohamad que o matasse", declarou Yusuf Ahmadi. "Sardar Mohamad também morreu", completou.

Um membro da agência de inteligência afegã (NDS) que pediu anonimato afirmou à AFP que Sardar Ahmad era amigo de Ahmed Wali Karzai.

"Ele visitou Wali em sua residência. Estavam sozinhos em um cômodo, ele sacou a pistola e o matou. Os seguranças entraram no local e mataram Sardar", declarou a fonte da NDS.

Ahmad Wali KarzaiKarzai havia sofrido um atentado em maio de 2009, durante uma visita à cidade de Jalalabad, mas escapou ileso. Na ocasião, um de seus guarda-costas morreu.

Ele era considerado um dos principais responsáveis pela proliferação do tráfico de ópio no país. A imprensa dos EUA o havia acusado estar implicado em casos de corrupção. Ele negou as acusações. "Estou pronto para um detector de mentiras. Sou inocente. Se alguém encontrar dinheiro da minha família em algum banco do mundo, pode ficar com ele", afirmou, na época.

Seu assassinato coincide com a visita a Cabul do presidente da França, Nicolas Sarkozy, que anunciou que vai retirar um quarto das tropas francesas do país até 2012.

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