O governo do Irã fez um apelo nesta segunda-feira (16) ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que use sua influência sobre Israel e interrompa os ataques ao território iraniano. A proposta de cessar-fogo seria o primeiro passo para abrir espaço a novas negociações diplomáticas, incluindo concessões no programa nuclear iraniano.
Em uma publicação no X (antigo Twitter), o chanceler iraniano Abbas Araqchi afirmou:
“Se o presidente Trump for genuíno em relação à diplomacia e estiver interessado em interromper essa guerra, os próximos passos serão consequentes. Basta um telefonema para amordaçar alguém como Netanyahu.”
Intermediação do Golfo
Antes do pedido público, o Irã já havia procurado aliados regionais, Catar, Arábia Saudita e Omã para pressionar Washington a intervir. Fontes iranianas ouvidas pela agência Reuters indicam que o governo de Teerã estaria disposto a demonstrar flexibilidade nas negociações nucleares, desde que o cessar-fogo seja estabelecido.
Líderes do Golfo passaram o fim de semana em intensas ligações diplomáticas com Washington, Teerã e outras capitais, na tentativa de evitar o colapso total das relações e conter a escalada do maior confronto direto entre Israel e Irã até hoje.
Bombardeios e clima de pânico
Enquanto os esforços diplomáticos avançam nos bastidores, os ataques entre os dois países continuam. Nesta segunda-feira, Israel intensificou o bombardeio de cidades iranianas, enquanto o Irã respondeu com uma das mais bem-sucedidas ofensivas de mísseis, superando parte do sistema de defesa aérea israelense.
“Estamos no caminho da vitória”, declarou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em uma base aérea. Ele afirmou que os dois objetivos principais são “acabar com o programa nuclear do Irã e destruir seus mísseis”.
O Exército israelense emitiu alertas para que civis deixem áreas próximas a instalações militares no Irã. A televisão estatal iraniana, no entanto, acusa Tel Aviv de “guerra psicológica”, embora tenha exibido imagens de engarrafamentos em Teerã, com milhares de pessoas deixando a cidade por medo de ataques mais severos.