O turco Ali Agca, que atirou contra o papa João Paulo II em 1981, fez uma visita surpresa neste sábado, dia 27, ao túmulo de Karol Wojtyla no Vaticano, onde depositou um ramo de flores.
Agca foi reconhecido quando caminhava na Praça São Pedro por um policial que o levou ao escritório da Polícia do Vaticano para fazer a verificação de seus documentos.
"Eu senti a necessidade de fazer esse gesto", disse Agca à Polícia do Vaticano. Ele chegou nesta sexta-feira à Roma de carro, saindo da Áustria.
Histórico
O turco disparou contra o Papa em 13 de maio de 1981, durante uma audiência geral realizada às quarta-feiras.
Agca era um extremista muçulmano membro do grupo "Lobos Cinzas", de extrema direita, vinculado ao tráfico de drogas.
Wojtyla, que morreu em 2005 aos 84 anos, ficou gravemente ferido na ocasião, sobretudo devido aos disparos que o atingiram na região do abdome.
O turco foi detido em flagrante e, em 2000, foi extraditado da Itália para a Turquia, onde permaneceu preso por outros crimes cometidos antes do ataque, como o assassinato de um jornalista.
Agca ficou, ao todo, 29 anos e dois meses na prisão. Ele foi solto em 18 de janeiro de 2010.
Milagre
Em entrevista à ANSA, Agca confirmou, em abril deste ano, que tinha a verdadeira intenção de assassinar o Pontífice.
"Eu queria, com toda certeza, matar o Papa e cometer suicídio na Praça São Pedro ou ser linchado. Depois de muitos anos, entendi que no dia 13 de maio de 1981 Deus realizou um milagre".
Na mesma ocasião, ele disse que queria visitar o túmulo do religioso, que chegou a visitá-lo quando esteve preso. "Não pude compartilhar de suas crenças, mas queria homenageá-lo, como a um irmão espiritual", apontou.
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