Homem manteve a esposa em cativeiro por quase uma década

Stephanie Lizon, 43, teria dado à luz enquanto acorrentada duas vezes.

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Um homem do estado da Virgínia Ocidental é acusado de manter sua esposa em cativeiro e torturá-la por quase uma década - batendo nela e queimando-a e até mesmo deixando-a algemada durante dois partos.

Peter Lizon, 37, foi preso nesta quarta-feira (11) sob fiança de US$ 300 mil (R$ 610 mil) e uma audiência preliminar está programada para sexta-feira (13).

Os investigadores disseram que têm acesso a 45 fotografias que mostram queimaduras nas costas e seios de Stephanie Lizon, 43, feitas com ferros e frigideiras, além de cicatrizes em seus pulsos e tornozelos. O deputado Tony Boggs disse que é um dos casos mais terríveis que ele já viu.

"Isto parece ir além do abuso que eu considero ser tortura", disse nesta quarta-feira.

Shawn Bayliss, a advogada de Peter Lizon, disse que as alegações são "a fabricação de uma imaginação fértil ou de uma mente fraca, um dos dois."

"A suposta vítima não fez essas acusações. Foi um terceiro", disse Bayliss. "... Stephanie diria que esta história é absolutamente falsa, e as acusações levantadas contra seu marido são falsas".

Os detalhes do suposto abuso foram revelados Stephanie Lizon fugiu do marido, em 2 de julho Ela estava com ele em uma loja a 80 km da casa dos dois, quando entrou em outra parte do edifício e disse aos funcionários: "Eu estou tentando escapar do meu marido. Eu só preciso me esconder por alguns minutos", disse um funcionário à Associated Press.

O empregado se recusou a dar seu nome, alegando estar preocupado com sua segurança e a de seus colegas de trabalho na loja de aluguel.

Em um escritório da loja, a esposa "parecia muito calma, mas contiuava a olhar pela janela para ver se ele estava olhando para ela", disse o funcionário.

Stephanie Lizon disse à equipe da loja que não queria envolver a polícia, mas ela aceitou o número de telefone de um albergue de violência doméstica e fez a ligação, disse o trabalhador. Ela também chamou a família para pedir dinheiro, e os funcionários lhe deram dinheiro e chamaram um táxi para levá-la ao abrigo.

A mulher estava mancando e parecia ter algum tipo de lesão, segundo o funcionário. Sua roupa estava limpa, mas ela cheirava mal. O marido não procurou pela esposa na loja e a polícia só chegou dias depois, disse ele.

No abrigo, Stephanie Lizon disse a outra mulher sobre o abuso que teria sofrido nas mãos de seu marido, um nativo da República Tcheca, segundo a denúncia criminal. A esposa disse que sua família é de Alexandria, Vancouver.

A testemunha descreveu Stephanie Lizon como "magra e suja", e coberta de cicatrizes, contusões e queimaduras. Ela tinha pés "mutilados e inchados" , uma cicatriz em forma de um ferro de passar roupa em um peito, e queimaduras nas costas que a vítima disse terem vindo de uma frigideira quente.

Ela disse que seu marido tinha quebrado seu pé com um pedaço de equipamento agrícola, entre outras coisas.

A mulher disse que era chamada de "escrava" e obrigada a ajoelhar-se diante de seu marido toda vez que ela entrava em uma sala. Ela disse também que tinha dado à luz a uma criança completamente desenvolvida mas natimorta enquanto estava acorrentada, e que seu marido enterrou o cadáver em sua fazenda.

Outra criança sobreviveu a um parto semelhante, mas Stephanie Lizon disse que a criança nunca recebeu cuidados médicos.

O deputado Boggs disse que autoridades foram notificadas sobre o estado de saúde da criança, mas o advogado de Peter Lizon disse que a criança - um menino de 1 ano de idade - permanece com a mãe.

A denúncia diz que os investigadores confirmaram que a mulher foi tratada na sala de emergência do Hospital St. Joseph, em junho e que as fotografias foram tiradas no abrigo para documentar seus ferimentos. Um ferro Sunbeam estava entre os itens apreendidos durante a busca na casa do casal em 5 de julho. Lizon foi preso naquele dia.

Bayliss comparou a acusação com o jogo de "telefone sem fio", em que uma mensagem é sussurrada de uma pessoa para outra e não tem qualquer semelhança com a realidade no final da roda.

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