Uma corte do norte da China inocentou nesta segunda-feira (15), dezoito anos após executada a pena de morte, um homem da uma acusação de estupro. Huugjilt, um chinês da etnia mongol, foi declarado culpado em 1996 por um caso de abuso sexual e assassinato de uma chinesa em um banheiro público. A decisão foi anunciada no microblog da Alta Corte do Povo da Mongólia Interior.
A agência de notícias estatal Xinhua, de acordo com citação na reportagem do South China Morning Post, informou que Huugjilt esteve no local do crime, o que o levou a ser condenado. Mais tarde, soube-se que ele esteve no lugar — um banheiro público de Hohhot — porque ouvira gritos da vítima. Ele e um amigo, Yan Feng, foram prestar socorro. Yan contou à Xinhua que eles encontraram o corpo de uma mulher dentro do vaso sanitário. Quando Huugjilt foi à polícia para denunciar o crime, foi preso. Em 9 de abril de 1996, Huugjilt foi condenado à morte por estupro e assassinato da mulher.
O vice-presidente da corte, Zhao Jianping, ofereceu suas "sinceras desculpas" à família de Huugjilt, afirmou a agência de notícias chinesa Xinhua. Os familiares do rapaz, que tinha apenas 18 anos quando recebeu a sentença, terão direito a 30 mil yuans (US$ 5 mil) como pedido de desculpas da corte, e foram avisados que poderiam reivindicar uma compensação de valor indefinido.
A agência noticiou previamente que um estuprador e assassino em série havia confessado o mesmo crime em 2005, após ter recebido a sentença de morte por outros casos. Entretanto, ele nunca foi julgado pelo crime de 1996 e ainda aguarda para ser executado.
A China é acusada de executar mais presos por pena de morte que o resto do mundo somado. O país, entretanto, não revela estatísticas sobre esse dado. O julgamento de Huugjilt, que como muitos mongóis usa apenas um nome, aconteceu em um momento que a polícia e as cortes recebiam pressão extra por encontrar e punir criminais, algo que acontece periodicamente no país.