O porta-voz do Hamas anunciou neste domingo (27) que concorda com mais 24 horas de trégua humanitária a partir das 14h locais (8h de Brasília).
"Em resposta à intervenção da ONU e considerando a situação de nosso povo e por ocasião do Eid [celebração religiosa dos muçulmanos], foi acordado entre as facções de resistência para endossar as 24 horas de calma humanitária, a partir de 14h no domingo", disse Sami Abu Zuhri à Reuters.
Não havia nenhuma resposta imediata de Israel, que neste domingo cancelou sua própria trégua de 24 horas no início do dia depois que o Hamas disparou uma saraivada de foguetes contra o sul e centro de Israel.
Israel suspende trégua
Segundo os militares israelenses, a decisão foi tomada após o Hamas e outras milícias terem disparado 25 foguetes contra Israel em dez horas. A informação foi divulgada pelo "Canal 10" da televisão local, pela agência de notícias Reuters e pelo jornal "Haaretz".
"Depois do disparo incessante de foguetes pelo Hamas durante a trégua humanitária (declarada unilateralmente à meia-noite do horário local por Israel), o Exército retoma agora as atividades por ar, terra e mar na Faixa de Gaza", diz um comunicado oficial israelense à imprensa. A nota pedia ainda à população civil palestina para não se aproximar das zonas de combate.
Uma fonte militar consultada pela agência Efe comentou, após o lançamento de foguetes no começo da manhã deste domingo contra a região metropolitana de Tel Aviv, que "parece que o Hamas não está interessado na trégua humanitária", ao que seguiu, uma hora depois, o anúncio oficial de que ela estava anulada.
"O Exército se conteve bastante e durante horas o Hamas lançou foguetes contra Ashdod, Ashkelon, Tel Aviv, Petahtikva e a região de Hasharon", acrescentou a fonte militar, que lembrou a morte de um militar na noite de sábado por conta do lançamento de uma bomba.
Mortes
Pelo menos três palestinos morreram neste domingo em uma onda de ataques em diferentes pontos da Faixa de Gaza, após Israel interromper a trégua humanitária declarada na madrugada passada e retomar suas operações ofensivas na região, segundo informa a agência local Maan.
Fim da trégua
A trégua humanitária estava prevista para acabar na noite deste domingo e tinha sido aceita por Israel, mas rejeitada pelo Hamas. "A pedido das Nações Unidas, o gabinete aprovou um hiato humanitário até amanhã (domingo) à meia-noite. A IDF (Forças de Defesa de Israel) vai agir contra qualquer violação do cessar-fogo", disse um porta-voz do governo.
As posições de Israel e Hamas seguem bem distantes de convergir para um período mais duradouro sem ataques entre si. O Hamas disse que só concordaria com um cessar-fogo mais longo se Israel recuasse suas tropas das áreas que foram ocupadas na Faixa de Gaza.
"Qualquer período de calma humanitária que não inclua a retirada de soldados de ocupação na Faixa de Gaza e permita o que as pessoas retornem para suas casas e removam os feridos não é aceitável", disse Sami Abu Zuhri, porta-voz do Hamas.
Israel deve aproveitar o período sem ataques para se concentrar na ação contra os túneis construídos de Gaza até Israel, informou uma fonte do governo à edição digital do diário israelense "Yediot Aharonot". O Exército descobriu 30 túneis até o momento, dos quais 16 já foram demolidos.
Ataques após trégua inicial
Duas horas após o fim do período inicial de 12 horas de trégua entre Israel e palestinos, que teve início na manhã deste sábado e terminaria às 20h local, o braço armado do grupo islamita Hamas informou que não concordou com o prolongamento do cessar-fogo por mais quatro horas e voltou a disparar foguetes de Gaza contra Israel. As informações foram passadas pelo porta-voz do movimento islamita Hamas, Sami Abu Zuhri.
A polícia israelense disse que sirenes de alerta soaram em várias cidades após foguetes serem disparados até a região de Tel Aviv. O Hamas reivindicou a autoria do disparo de sete foguetes contra Israel, sendo dois deles contra a cidade de Tel Aviv.