O grupo Hamas divulgou neste sábado (7) uma ameaça à vida de Matan Zangauker, refém israelense de 24 anos, diante do avanço das Forças de Defesa de Israel (FDI) sobre a área onde ele estaria mantido em cativeiro, na Faixa de Gaza. A advertência foi feita por meio de comunicado assinado por um porta-voz do grupo. Com informações da Reuters.
Segundo a nota, o refém “não será resgatado com vida” caso continue a ofensiva militar no local. Zangauker foi sequestrado em 7 de outubro de 2023, durante o ataque coordenado pelo Hamas que resultou em mais de 1.200 mortes em território israelense e no sequestro de cerca de 250 pessoas.
O Hamas afirma que o jovem está vivo e responsabiliza Israel por quaisquer consequências de uma tentativa de resgate. Essas alegações, no entanto, não podem ser verificadas de forma independente.
A ameaça não é inédita. Em setembro de 2024, o grupo já havia anunciado que ordenaria a execução de reféns em caso de operações militares para libertá-los.
Até o fechamento desta reportagem, o governo de Israel não comentou oficialmente o novo comunicado.
Zangauker já havia aparecido em um vídeo divulgado em dezembro de 2024, no qual implora às autoridades israelenses por um acordo de cessar-fogo. Na época, negociações intermediadas por Catar, Egito e Estados Unidos resultaram na libertação de reféns em janeiro de 2025, mas ele não estava entre os liberados.
Israel recupera corpos de reféns assassinados
Nos últimos dias, Israel confirmou a recuperação dos corpos de três reféns mortos pelo Hamas. Dois deles, os cidadãos israelense-americanos Judy Weinstein-Haggai e Gad Haggai, foram localizados na quinta-feira (5). O corpo de um terceiro refém, de nacionalidade tailandesa, foi recuperado neste sábado.
De acordo com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, os dois israelenses foram assassinados durante o ataque de outubro e seus corpos levados para Gaza. Ambos viviam no kibutz Nir Oz, próximo à fronteira com o enclave palestino.
“Recebemos de volta os corpos de Judy e Gad Haggai, assassinados em 7 de outubro. Que sua memória seja abençoada”, afirmou o premiê em nota oficial. A operação para localizar os corpos contou com participação das FDI e da agência de inteligência Shin Bet, mas os detalhes sobre a ação não foram divulgados.
Judy Weinstein-Haggai, de 70 anos, era professora especializada em educação especial. Gad Haggai, de 72, era descrito pela comunidade local como um homem ativo e profundamente ligado à terra.
Conflito se intensifica
A confirmação das mortes ocorre em meio a uma nova fase da ofensiva terrestre de Israel em Gaza. A operação militar tem provocado reações críticas da comunidade internacional, especialmente diante do agravamento da crise humanitária no território, onde as entregas de ajuda são classificadas como insuficientes por organizações das Nações Unidas.
Tanto Israel quanto o Hamas recusaram recentemente propostas de cessar-fogo feitas pelos Estados Unidos, cada lado apresentando razões distintas para rejeitar os termos.
Segundo autoridades israelenses, 55 dos 251 reféns ainda permanecem em Gaza, mas ao menos 32 deles estariam mortos. Netanyahu reiterou nesta semana o compromisso do governo em recuperar todos os reféns, vivos ou mortos.
A guerra, desencadeada após o ataque do Hamas em outubro de 2023, já resultou em mais de 54 mil mortes de palestinos, conforme dados do Ministério da Saúde do Hamas, números que são considerados confiáveis pela ONU.