Em meio às notícias do aumento progressivo do número de mortos pela passagem do tufão Haiyan nas Filipinas, sobreviventes da tragédia comemoraram o nascimento de uma criança, batizada de Bea Joy, na cidade de Tacloban.
A mãe, Emily Ortega, 21, é uma das centenas de milhares de pessoas que ficaram desabrigadas pela tempestade, que atingiu o país na última sexta e pode ter causado mais de 10 mil mortes, segundo estimativas.
A menina nasceu de parto normal e com boa saúde, em um hospital de campanha montado em meio aos escombros do aeroporto da cidade. O nascimento foi motivo de aplausos de outros desabrigados e de soldados.
"Ela é o meu milagre. Eu pensei que morreria com ela dentro de mim quando as ondas chegaram", disse a mãe.
Emily vivia na cidade costeira de San José, em uma casa de madeira que foi totalmente destruída pela tempestade. Levada pela inundação, a mulher, grávida de nove meses, foi salva pelo marido, Jobert, que a encontrou flutuando em meio aos restos do desastre. O casal se refugiou em uma escola, onde estavam outros sobreviventes.
Lá ficaram por horas esperando resgate, bebendo apenas garrafas de água encontradas na enchente.
Quando a jovem entrou em trabalho de parto, na madrugada de ontem, o casal decidiu procurar ajuda.
Emily e o marido saíram do abrigo e caminharam quilômetros até encontrar uma carona que finalmente os levasse ao hospital improvisado em Tacloban, que também serve para concentrar equipes de resgate.
Segundo os médicos, a bolsa de Emily já havia se rompido quando ela chegou.
Mãe e criança estão bem, mas ainda há alto risco de infecções, devido à precariedade das condições de higiene no local. Os instrumentos utilizados no parto não puderam ser esterilizados.
O nome dado a nenê, Bea Joy, é uma homenagem à mãe de Emily, Beatriz, que desapareceu na inundação.